ATA DA SEXAGÉSIMA SÉTIMA SESSÃO ORDINÁRIA
DA PRIMEIRA SESSÃO LEGISLATIVA ORDINÁRIA DA DÉCIMA SEXTA LEGISLATURA, EM
1º-8-2013.
Ao primeiro dia do mês de
agosto do ano de dois mil e treze, reuniu-se, no Plenário Otávio Rocha do
Palácio Aloísio Filho, a Câmara Municipal de Porto Alegre. Às quatorze horas e
quinze minutos, foi realizada a segunda chamada, respondida pelos vereadores
Airto Ferronato, Alberto Kopittke, Bernardino Vendruscolo, Cassio Trogildo, Dr.
Thiago, Fernanda Melchionna, Guilherme Socias Villela, João Carlos Nedel, João
Derly, Lourdes Sprenger, Luiza Neves, Márcio Bins Ely, Mario Fraga, Paulinho
Motorista, Paulo Brum e Séfora Mota. Constatada a existência de quórum, o
senhor Presidente declarou abertos os trabalhos. Ainda, durante a Sessão, compareceram
os vereadores Alceu Brasinha, Any Ortiz, Clàudio Janta, Delegado Cleiton,
Elizandro Sabino, Idenir Cecchim, Marcelo Sgarbossa, Mario Manfro, Mauro
Pinheiro, Mônica Leal, Nereu D'Avila, Pedro Ruas, Reginaldo Pujol, Sofia
Cavedon e Valter Nagelstein. À MESA, foram encaminhados: os Projetos de Lei do
Legislativo nos 177 e 208/13 (Processos nos 1760 e
1917/13, respectivamente), de autoria da vereadora Any Ortiz; o Projeto de Lei
do Legislativo nº 154/13 (Processo nº 1557/13), de autoria do vereador Cassio
Trogildo; o Projeto de Emenda à Lei Orgânica nº 003/13 (Processo nº 1822/13),
de autoria do vereador Clàudio Janta; os Projetos de Resolução nos
019, 020 e 021/13 (Processos nos 2069, 2088 e 2089/13,
respectivamente), de autoria do vereador Dr. Cristaldo; os Projetos de Lei do
Legislativo nos 118, 166, 188, 210 e 217/13 (Processos nos 1298,
1642, 1810, 1945 e 1981/13, respectivamente), de autoria do vereador Dr.
Thiago; o Substitutivo nº 01 ao Projeto de Lei do Legislativo nº 127/13
(Processo nº 1355/13) e o Projeto de Lei do Legislativo nº 152/13 (Processo nº
1536/13), de autoria do vereador Elizandro Sabino; o Projeto de Emenda à Lei
Orgânica nº 005/13, os Projetos de Lei do Legislativo nos 159, 169,
190, 194, 199, 202, 205, 231, 232, 235 e 241/13 e o Projeto de Resolução nº
018/13 (Processos nos 2014, 1589, 1659, 1840, 1854, 1873, 1887,
1910, 2038, 2041, 2062, 2111 e 2050/13, respectivamente), de autoria do
vereador João Carlos Nedel; o Projeto de Lei do Legislativo nº 192/13 (Processo
nº 1846/13), de autoria do vereador Márcio Bins Ely; o Projeto de Lei do
Legislativo nº 206/13 (Processo nº 1914/13), de autoria do vereador Mario
Fraga; o Projeto de Lei Complementar do Legislativo nº 022/13 e o Projeto de
Lei do Legislativo nº 209/13 (Processos nos 1932 e 1931/13,
respectivamente), de autoria do vereador Paulinho Motorista; o Projeto de Lei
do Legislativo nº 223/13 (Processo nº 2006/13), de autoria do vereador Paulo
Brum; os Projetos de Lei do Legislativo nos 216 e 230/13 (Processos
nos 1973 e 2037/13, respectivamente), de autoria da vereadora Sofia
Cavedon; o Projeto de Lei do Legislativo nº 218/13 (Processo nº 1989/13), de
autoria do vereador Tarciso Flecha Negra; e o Projeto de Lei do Legislativo nº
244/13 (Processo nº 2126/13), de autoria do vereador Valter Nagelstein. Após,
foram apregoados os Ofícios nos 821, 827, 877, 878 e 879/13, do
senhor Prefeito, encaminhando, respectivamente, os Projetos de Lei Complementar
do Executivo nos 008 e 009/13 e os Projetos de Lei do Executivo nos
022, 023 e 024/13 (Processos nos 2154, 2159, 2206, 2207 e
2208/13, respectivamente). Também, foram apregoados os seguintes Requerimentos,
deferidos pelo senhor Presidente, solicitando o desarquivamento de processos:
de autoria do vereador Airto Ferronato, com referência aos Projetos de Lei do
Legislativo nos 047, 117 e 119/09 (Processos nos 1354,
2768 e 2805/13, respectivamente); de autoria do vereador Márcio Bins Ely, com
referência ao Projeto de Lei do Legislativo nº 153/11 (Processo nº 3188/11); e
de autoria do vereador Paulinho Motorista, com referência ao Projeto de Lei do
Legislativo nº 038/11 (Processo nº 1371/11). Do EXPEDIENTE, constou o Ofício nº
663/13, do senhor Jair Fernando Niño Porto Alegre, Coordenador do Projeto Copa
2014 da Gerência de Filial de Desenvolvimento Urbano e Rural de Porto Alegre da
Caixa Econômica Federal. Durante a Sessão, foram aprovadas as Atas da Trigésima
Sexta à Sexagésima Quarta Sessões Ordinárias e da Segunda à Nona Sessões
Extraordinárias. Ainda, foi apregoado o Memorando nº 021/13, de autoria do
vereador Professor Garcia, informando que no dia de hoje e nos dias dois e três
de agosto do corrente, participará de reuniões de diretoria e plenária do
Conselho Federal de Educação Física, em Brasília – DF. A seguir, o senhor
Presidente concedeu a palavra, em TRIBUNA POPULAR, às senhoras Jacqueline
Sanchotene e Mercedes Bodê, Coordenadoras do Movimento Viva Gasômetro, que
discorreram sobre o Plano Diretor de Desenvolvimento Urbano Ambiental de Porto
Alegre e sobre programa de ioga promovido pelo Movimento Viva Gasômetro. Em
continuidade, nos termos do artigo 206 do Regimento, os vereadores Reginaldo
Pujol, Fernanda Melchionna e Márcio Bins Ely manifestaram-se acerca do assunto
tratado durante a Tribuna Popular. Após, o senhor Presidente concedeu a
palavra, para considerações finais sobre o tema em debate, à senhora Jacqueline
Sanchotene. Em prosseguimento, foi iniciado o período de COMUNICAÇÕES, hoje
destinado a assinalar o transcurso do Dia do Motorista, nos termos do
Requerimento nº 130/13 (Processo nº 2114/13), de autoria do vereador Paulinho
Motorista. Compuseram a MESA: o vereador Dr. Thiago, Presidente da Câmara
Municipal de Porto Alegre; e a senhora Solange Aguirre, motorista. Em
COMUNICAÇÕES, pronunciou-se o vereador Paulinho Motorista. Também, o senhor
Presidente concedeu a palavra à senhora Solange Aguirre, que agradeceu o
registro, por este Legislativo, do transcurso do Dia do Motorista. Às quinze horas
e quatro minutos, os trabalhos foram regimentalmente suspensos, sendo retomados
às quinze horas e seis minutos. Em
COMUNICAÇÕES, pronunciaram-se os vereadores Pedro Ruas, em tempo cedido pela
vereadora Fernanda Melchionna, João Carlos Nedel, em tempo cedido pela
vereadora Any Ortiz, Bernardino Vendruscolo, Airto Ferronato, Mario Fraga, Sofia
Cavedon, Márcio Bins Ely, Clàudio Janta, Luiza Neves, Alberto Kopittke, Mario
Manfro e Mônica Leal. Após, foi apregoado Requerimento de autoria da vereadora
Jussara Cony, solicitando Licença para Tratamento de Saúde, nos dias de ontem e
hoje. Também, foi apregoado Requerimento de autoria do vereador Marcelo
Sgarbossa, solicitando, nos termos do artigo 218, inciso V, do Regimento,
Licença-Paternidade do dia dezesseis ao dia vinte de julho do corrente. Em COMUNICAÇÃO DE LÍDER, pronunciaram-se
os vereadores Delegado Cleiton, Pedro Ruas, Idenir Cecchim, Alceu Brasinha,
João Carlos Nedel, Alberto Kopittke, Fernanda Melchionna, Airto Ferronato,
Reginaldo Pujol e Bernardino Vendruscolo. Em TEMPO DE PRESIDENTE, pronunciou-se
o vereador Dr. Thiago, duas vezes. Na oportunidade, o vereador Clàudio Janta
procedeu à entrega, ao senhor Presidente, de Moção de Repúdio à Invasão da
Câmara Municipal de Porto Alegre e de Solidariedade ao Povo de Porto Alegre,
assinada pelo senhor Paulo Pereira da Silva, Presidente do Congresso e da Força
Sindical – Brasil. Em seguida, foi aprovado Requerimento verbal formulado pela
vereadora Sofia Cavedon, solicitando alteração na ordem dos trabalhos da
presente Sessão. Em PAUTA, Discussão Preliminar, estiveram: em 1ª Sessão, os
Projetos de Lei do Legislativo nos 091, 144, 191, 196 e 101/13, este
discutido pelo vereador Clàudio Janta, o Projeto de Resolução nº 014/13; em 2ª
Sessão, o Projeto de Lei Complementar do Executivo nº 006/13, discutido pelos
vereadores Reginaldo Pujol e Clàudio Janta e pela vereadora Sofia Cavedon, os
Projetos de Lei do Legislativo nos 059, 172, 175, 079/13, este
discutido pelos vereadores Pedro Ruas e Clàudio Janta, e 112/13, discutido pelo
vereador Reginaldo Pujol, o Projeto de Lei do Executivo nº 019/13, discutido
pelos vereadores Bernardino Vendruscolo e Clàudio Janta. Durante a Sessão, os
vereadores Fernanda Melchionna, Pedro Ruas, Mario Fraga, Clàudio Janta, Mario
Manfro e Sofia Cavedon manifestaram-se acerca de assuntos diversos. Às dezoito
horas e vinte e quatro minutos, o senhor Presidente declarou encerrados os trabalhos,
convocando os senhores vereadores para a Sessão Ordinária da próxima segunda-feira, à hora
regimental. Os trabalhos foram presididos pelos vereadores Dr. Thiago,
Bernardino Vendruscolo, Sofia Cavedon e Reginaldo Pujol e secretariados pelo
vereador João Carlos Nedel. Do que foi lavrada a presente Ata, que, após
distribuída e aprovada, será assinada pelos senhores 1º Secretário e Presidente.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Sr. Secretário procederá à leitura das proposições apresentadas à
Mesa.
O SR. SECRETÁRIO (João Carlos Nedel): Sras.
Vereadoras e Srs. Vereadores, as proposições encaminhadas à Mesa, nesta data,
estão todas relacionadas e já foram distribuídas aos Vereadores. Pergunto se tem
alguém contrário a que, já tendo sido divulgadas as proposições, não seja feita
a leitura das cinco páginas e meia.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Sr.
Presidente; Ver. João Carlos Nedel, que secretaria a Sessão, eu queria
questionar, mas não solicitar a leitura, porque acho que todos os Vereadores
receberam a leitura dos processos encaminhados à Mesa. Nós temos, também, um
processo da Bancada do PSOL, protocolado em junho, em relação à publicidade das
planilhas do transporte coletivo e às
consultas públicas, então questiono se é necessário fazer algum requerimento
para incluí-lo nos processos novos, assim como o projeto que é fruto do acordo
judicial do movimento com a Câmara de Vereadores.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Nós temos
oito projetos versando sobre a questão do transporte
coletivo, e existem prejudicialidades parciais, porque outros projetos que
entraram primeiro têm o foco no tema, em alguns temas. Então, vocês receberão,
nesta tarde ainda, essas prejudicialidades parciais.
O SR. SECRETÁRIO (João Carlos Nedel): O Presidente
explicou, e como não há nenhuma dificuldade em relação à divulgação das
proposições encaminhadas à Mesa, considero apregoados os processos constantes
na relação distribuída aos Vereadores.
O SR.
PRESIDENTE (Dr. Thiago): Obrigado, Ver. João
Carlos Nedel.
Passamos à
TRIBUNA POPULAR
A Tribuna Popular de
hoje tratará de assunto relativo ao Plano Diretor e
Programa de Ioga promovido
pelo Movimento Viva Gasômetro. O tempo regimental de 10 minutos para a
manifestação dos representantes do Movimento Viva Gasômetro será dividido entre
dois oradores.
A Sra. Jacqueline Sanchotene,
coordenadora do Movimento Viva Gasômetro, está com a palavra.
A SRA. JACQUELINE SANCHOTENE: Boa-tarde a todos e a todas. Impossível ignorar os acontecimentos do mês
passado envolvendo parte dos movimentos
sociais nesta Casa. Em nossa fala, na Tribuna Popular do dia 20 de maio deste
ano, apontávamos o que nos parecia o endurecimento das relações entre os
movimentos sociais e os poderes constituídos. Os acontecimentos não nos
causaram surpresa, mas preocupação e tristeza. A falta de diálogo dos
poderes constituídos com a população levou em grande parte a esse
endurecimento. Nós, do Viva Gasômetro, temos procurado o caminho do diálogo, e
temos tido, principalmente nesta Casa, abrigo. Reconhecemos a importância de
cada uma das senhoras Vereadoras e dos senhores Vereadores, não pela pessoa em
si, mas pelas milhares de pessoas que representam e que se traduzem nos
milhares de votos que cada uma das senhoras Vereadoras e cada um dos senhores
Vereadores receberam. Foi nesta Casa que tivemos quatro importantes conquistas
junto à revisão do Plano Diretor, são elas: corredor Parque do Gasômetro,
abrigado no art. 154, inciso XXI; Largo Cultural do Gasômetro, abrigado no art.
154, inciso XIII; diretriz de habitação popular para os prédios vazios do
centro – emenda apresenta através do Fórum de Entidades; diretriz de comércio
popular para os prédios vazios do centro – emenda apresentada através do Fórum
de Entidades. Lutaremos até que as quatro conquistas citadas acima sejam
efetivadas. Recorreremos a todos os fóruns legais para que estas conquistas se
tornem realidade. Além das lutas acima citadas, continuamos na luta pelo
tombamento da Usina de Gás Carbonado, a verdadeira Usina do Gasômetro, frente a
esta Casa. Queremos ainda lamentar o incêndio ocorrido no Mercado Público de
Porto Alegre, coração do Centro da Cidade. Sem ele em funcionamento, estamos
atônitos. Estaremos atentos à recuperação do Mercado Público. Sabemos que esta
Casa se prepara para um momento importante, que é a análise da Lei das
Diretrizes Orçamentárias, a chamada LDO, Lei essa que busca sintonizar a Lei
Orçamentária Anual com as diretrizes, objetivos e metas da Administração. Fica
aqui nosso apelo para que as diretrizes conquistadas pela população de Porto
Alegre sejam observadas. Para finalizar e posteriormente passar a palavra para
a Coordenadora do Programa de Ioga do movimento Viva Gasômetro, Mercedes Bodê,
queremos citar Caio Fernando Abreu: “Nenhuma luta haverá jamais de me
embrutecer, nenhum cotidiano será tão pesado a ponto de me esmagar, nenhuma
carga me fará baixar a cabeça. Quero ser diferente, eu sou, e, se não for, me
farei”. Obrigada. (Palmas.)
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): A Sra.
Mercedes Bodê, coordenadora do Programa de Ioga do Movimento Viva Gasômetro,
está com a palavra.
A SRA. MERCEDES BODÊ: Boa-tarde a todos os
Vereadores e Vereadoras. Hoje eu venho aqui fazer um papel que não é do meu
cotidiano, jamais me imaginei estar nessa posição, nesse local, sempre estive
ali atrás, mas eu acho que é urgente que a gente tome, cada um de nós, esse
papel de pedir que vocês, por gentileza, honrem os votos que receberam. De
nossa parte a gente tem tentado, com relação ao Movimento Viva Gasômetro, que
tem no seu âmago maior a construção desse Parque Viva Gasômetro, empreender
atividades como a que eu consegui conquistar com outros professores de ioga,
que a gente pudesse dar gratuitamente à população a prática de ioga todos os
domingos, às 10h30, na Praça Júlio Mesquita. Há cinco anos eu vim morar no
Centro da Cidade e passei a frequentar essa região do Gasômetro, conheci a
Jacqueline e o seu Movimento, me engajei e passei a proporcionar, juntamente
com outros professores, essa prática de ioga, por ficar estarrecida ao saber
que lá, nessa praça, seria feito um estacionamento. A todos os moradores dessa
região é difícil de acreditar o não cumprimento de algo tão discutido no Plano
Diretor, que é a existência desse Parque – eu vejo, aos sábados e aos domingos,
principalmente na época de verão, um movimento enorme de pessoas frequentando
esse Parque. Quando chega o horário da tarde, a gente não consegue andar ou
encontrar alguém. Não adianta marcar que a gente não encontra, de tanta gente
que frequenta. Então, eu não consigo conceber como é que pode atravessar uma
grande avenida nesse lugar. Talvez vocês tenham que andar por lá para perceber
o que acontece. Por passarelas não vai ser possível, vai haver muito acidente,
porque o movimento é tão grande que as pessoas vão passar por baixo, onde estão
querendo projetar a continuidade das avenidas.
Então, eu rogo que
vocês intercedam pela população de Porto Alegre e, pessoalmente, eu faço esse
pedido. Muito obrigada.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Obrigado, Jacqueline Sanchotene e Mercedes Bodê.
O Ver.
Reginaldo Pujol está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. REGINALDO PUJOL: Presidente,
no tempo em que cumprimento as duas representações
que foram ouvidas na Casa, eu quero informar V. Exa. de que o Vice-Prefeito da
Cidade, no final do mês passado, informava-nos que estaria com um projeto para
ser encaminhado à Câmara Municipal a respeito do Parque do Gasômetro, complexo
cultural que, por lei, já deveria estar tramitando na Casa. Eu disse a ele o
que vou repetir agora publicamente: eu entendo que é uma prerrogativa do
Executivo, que não é exclusiva, e que se, num lapso de tempo que já estabeleci
com ele, esse projeto não chegar aqui na Casa, nós vamos propor, como
iniciativa legislativa, um projeto para que seja debatido, emendado, votado,
repelido ou consagrado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): A Ver.ª
Fernanda Melchionna está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Quero cumprimentar a Sra. Jacqueline Sanchotene e a Sra. Mercedes e
reiterar o apoio da Bancada do PSOL, composta por esta Vereadora e pelo Ver.
Pedro Ruas, à efetivação daqueles pleitos conquistados pelo Movimento. Acho que
a retrospectiva trazida das emendas aprovadas no Plano Diretor... São emendas
que, na verdade, são conquistas da nossa Cidade, como o Parque Urbano, ali
entre a Usina do Gasômetro, a Praça Brigadeiro Sampaio e a Praça Júlio Mesquita,
dentre outras tantas conquistadas pelo Movimento Viva Gasômetro e as outras
entidades ambientalistas. E, ao mesmo tempo, cito a demora, ineficiência e,
muitas vezes, ataque a essas conquistas garantidas tanto na legislação quanto
em termos de direitos. Foi o caso da retirada de árvores para a duplicação da
Av. Edvaldo Pereira Paiva, quando, na verdade, nós sabemos que vocês
conquistaram esse Parque urbano e isso está na contramão tanto da defesa do
meio ambiente, a retirada dessas árvores, quanto da efetivação desse Parque
urbano. Então nós queremos reiterar o nosso apoio, a nossa disposição de luta
junto com o Movimento e dizer que nós não aceitamos a intransigência e essa
postura autoritária de descumprimento dos acordos firmados com os movimentos
sociais e populares; e mais, nesse caso, citados os ataques às conquistas dos
movimentos sociais, que é justamente o que a senhora falava da falta de diálogo
dos poderes estabelecidos com os movimentos sociais e populares. Parabéns, pela
luta de vocês. Contem com o PSOL.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Márcio
Bins Ely está com a palavra, nos termos do art. 206 do Regimento.
O SR. MÁRCIO BINS ELY: Presidente Thiago,
Jacque, quero cumprimentar também a Mercedes, em nome da Bancada do PDT, do
Ver. Nereu D’Avila, Ver.ª Luisa Neves, Ver. Mario Fraga, Ver. Clàudio Janta,
Ver. Delegado Cleiton, Ver. Thiago e este Vereador, e também pela Bancada do
PSD, dos Vereadores Tarciso Flecha Negra e Bernardino. Também quero trazer um
fraterno abraço das nossas Bancadas, inicialmente, cumprimentando a Sra.
Mercedes, que coordena o Programa de Ioga, a ocupação de espaços públicos
coletivos dando uma finalidade e proporcionando à população uma boa utilização
desses espaços. É algo que deve ser reconhecido por este Legislativo. Então
meus cumprimentos por essa iniciativa.
Também quero reiterar
com a Jacqueline Sanchotene, que também já esteve reunida conosco quando ainda
Secretário do Planejamento, com relação a esse dispositivo do Plano Diretor que
estabelecia um prazo que já está superado: quero dizer que, dentro daquele
prazo, foi aberto um processo para que a Equipe Técnica da Supervisão de
Desenvolvimento Urbano da Secretaria do Planejamento da Prefeitura fizesse uma
avaliação daquele espaço para que se denominasse Corredor Parque Gasômetro uma
área pré-existente, mas que se fizesse um delineamento ou uma proposta de
revitalização urbana ou urbanística. Quero dizer que nós acreditamos e
concordamos que aquele é um espaço cultural que identifica a Cidade que deve
ser valorizado, que algumas intervenções importantes ali estão sendo feitas e
que temos a certeza de que, em breve, nós vamos ter isso não só no rascunho,
mas, objetivamente, como um resultado do diálogo da sociedade com o Governo e
com esta Casa para que possamos ter essa delimitação territorial e, enfim,
aplicada à lei, o Código do Plano Diretor, que é o nosso Código de Urbanização
da Cidade, para que aquela emenda, muito bem construída aqui com o acordo e com
o aval desta Casa na época da Revisão do Plano Diretor, possa ser efetivada na
Cidade, e que temos então aquele destaque a ser observado no Corredor Parque
Gasômetro. Cumprimentos pela luta, a brava presença aqui de V. Sa., que sempre
vem reiterar e bater na tecla da priorização do Corredor Parque Gasômetro na
nossa Cidade. Fica aqui o registro da Bancada do PDT. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): A Sra.
Jacqueline Sanchotene está com a palavra para as considerações finais.
A SRA. JACQUELINE SANCHOTENE: Eu queria
agradecer a esta Casa, mais uma vez, o espaço concedido, porque é muito
importante. Temos lutado com honestidade e temos encontrado sempre o apoio dos
Vereadores.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Jacqueline,
com toda clareza, quero te passar uma mensagem da presidência da Mesa, composta
por mim e por outros Vereadores, já conversei com o Ver. Bernardino, que tem a
mesma opinião. Assim que esse Projeto vier para esta Casa, nós iremos restaurar
aquele grupo que foi interrompido, porque nós não tínhamos acesso às decisões e
às determinações do Executivo. Assim que o Projeto vier para esta Casa, vamos
restaurar o grupo e poderemos fazer as adequações que o conjunto dos Vereadores
entenderem necessárias.
A SRA. JACQUELINE SANCHOTENE: Eu agradeço,
tenho certeza de que a Mercedes também e alguns componentes do nosso grupo que
estão aqui presentes também. Essa sua fala nos deixa muito acalentadas, como as
falas dos outros Vereadores, o Pujol; o Márcio, que conheço desde pequenininho.
Saímos mais felizes desta Tribuna. Muito obrigada.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Pode ter
certeza que nós faremos isso.
Quero saudar aqui o
conjunto dos nossos futuros guardas municipais que estão aqui reivindicando,
justamente, as suas situações de aprovação do concurso e a sua continuação.
Parabéns pela luta e continuem com essa batalha. Tenho certeza de que vocês vão
receber a adesão da imensa maioria dos Vereadores desta Casa.
Passamos às
Hoje, este período é
destinado a assinalar o transcurso do Dia do Motorista, nos termos do
Requerimento nº 130/13, de autoria do Ver. Paulinho Motorista.
O SR. PEDRO RUAS: Gostaria de um esclarecimento, Presidente. Pergunto à Mesa o seguinte: na inscrição normal das
Comunicações, falaria a Ver.ª Fernanda Melchionna no lugar do Ver. Airto
Ferronato, e eu falaria no lugar da Ver.ª Fernanda Melchionna. Portanto, eu
seria o primeiro. Mas eu tenho um outro tema. Eu não me manifesto agora, e aí
eu aguardo?
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Isso, os
Vereadores que quiserem se manifestar agora podem.
O SR. PEDRO RUAS: Obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Convidamos
para compor a Mesa: a Sra. Solange Aguirre, motorista.
O Ver. Paulinho
Motorista, proponente desta homenagem, está com a palavra em Comunicações.
O SR. PAULINHO MOTORISTA: Boa-tarde ao
Presidente, Ver. Dr. Thiago; aos meus colegas Vereadores e Vereadoras, ao
público que nos assiste nas galerias do nosso plenário, ao pessoal que está em
casa, assistindo pela TV Câmara. Eu saúdo em especial os amigos que atenderam o
nosso convite e hoje estão aqui, a gurizada. Estou fazendo a homenagem hoje ao
Dia do Motorista, que foi dia 25 passado. Não poderia deixar de fazer essa
homenagem, pois foram 24 anos de profissão como motorista de ônibus, profissão
de que me orgulho bastante. Se, há 24 anos, tivesse que escolher uma profissão,
escolheria novamente ser motorista de ônibus. Um abraço aos novos futuros
guardas, que também estão aqui. Quero aqui parabenizar a todos que, com
dignidade, conduzem ônibus, táxis, caminhões, lotações, entre outros, sendo,
muitas vezes, mal remunerados, cumprindo cansativas jornadas de trabalho.
Parabenizo os que trabalham com humildade e respeito e também as mulheres que
aceitam o desafio de trabalharem como motorista. Tem as minha amigas, tem a
Marisa, nossa “motora”, que está aqui presente, de quem muito me orgulho de ser
colega, como a Solange, que está aqui, duas profissionais do volante. Exerci
essa profissão por 24 anos e tenho orgulho de dizer que sou rodoviário, pois
são os motoristas que levam boa parte da população ao local de trabalho. O
deslocamento das pessoas faz parte da vida na nossa sociedade. Transportamos as
pessoas para o primeiro emprego, para uma ida ao médico, para visitar um
familiar, para um encontro com os amigos, enfim, em todas situações do
cotidiano. São os motoristas também responsáveis por transportar as riquezas do
País e da nossa Cidade.
Nesse dia especial,
quero dizer o quanto admiro e respeito o trabalho de todos os meus colegas de
profissão. Meu objetivo, enquanto Vereador, é fazer o melhor trabalho possível
aqui na Câmara, buscando atender toda a população, mas luto especialmente em
prol dos meus colegas rodoviários. A defesa da categoria é um eixo importante
que tem orientado minhas posições em todos os debates realizados nesta Casa.
Portanto, queridos
amigos e colegas motoristas, convido todos a mantermo-nos vigilantes nos
caminhos que percorremos, respeitando ainda mais os passageiros, pedestres e
outros condutores para que possamos melhorar a realidade do trânsito. Da mesma
forma, devemos buscar constantemente a valorização dos profissionais e a
qualificação do transporte público, tão importante no nosso dia a dia.
Eu me orgulho muito,
volto a dizer, da profissão que exerci, na qual fiz muitas amizades, sempre
respeitando a todos no trânsito. Tenho orgulho de dizer, como já falei aqui
antes, da mulher motorista. Eu me orgulho de olhar, Marisa, para você, para a
Solange, como “motora”, tenho orgulho de ser colega de vocês, e ter convivido
esses anos todos, sempre acenando no trânsito, respeitando. Isso quer dizer que
a mulher tem o mesmo direito que o homem em todas as profissões.
Às vezes, eu me
emociono ao falar sobre essa profissão, eu quero dizer novamente que estou orgulhoso
de fazer essa homenagem, diante dos meus colegas Vereadores, e quero dizer que
jamais virarei as costas aos meus amigos, meus colegas rodoviários. Lutarei por
vocês. Tenho orgulho de dizer que sou rodoviário com todo respeito que tenho
por essa categoria, da qual eu pertenci durante 24 anos e nunca vou me
arrepender.
O Sr. Pedro Ruas: V. Exa. permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Paulinho Motorista, eu queria apenas
registrar, em meu nome e em nome da Ver.ª Fernanda Melchionna, o nosso reconhecimento
pela justiça da homenagem proposta por V. Exa., e, mais do que isso, aquilo que
os motoristas representam na sua luta como exemplo de trabalho. Receba e
transmita aos seus colegas motoristas, destes colegas Vereadores, o nosso
abraço e reconhecimento. Parabéns, Vereador.
O SR. PAULINHO MOTORISTA: Muito
obrigado, Ver. Pedro Ruas.
O Sr. Mario Manfro: V. Exa. permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Paulinho Motorista, mais do que lhe
parabenizar por essa iniciativa, eu quero, de coração, lhe agradecer, mas
deixe-me explicar por quê. O meu pai foi motorista de ônibus durante muito
tempo, meu pai foi motorista de táxi durante muito tempo, e eu, como V. Exa.
sabe, sou dentista. Oito horas por dia, Vereador, na UFRGS, eu não tinha condições
de trabalhar, e meu pai, trabalhando muitas horas por dia em cima de um táxi,
conseguiu fazer com que o seu filho se formasse. Então, mais do que tudo, eu
quero lhe agradecer por essa lembrança, por essa iniciativa de uma categoria
tão importante. Obrigado.
O SR. PAULINHO MOTORISTA: Obrigado, Ver.
Mario Manfro.
O Sr. Alceu Brasinha: V. Exa. permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Querido Ver. Paulinho Motorista, realmente é
motivo de alegria saber que V. Exa. está fazendo essa homenagem aos queridos
irmãos rodoviários. São essas as pessoas que realmente levam e trazem o
movimento da Cidade no dia a dia. Merecidamente eu quero dar os parabéns e
dizer que também sou usuário de ônibus, gosto de andar de ônibus na minha
região. Quero dizer que realmente tu estás de parabéns porque representas esta
classe muito bem. Olha, eu tenho certeza absoluta, desde o primeiro dia em que
encontrei contigo, que tu sempre continuas defendendo a classe dos motoristas,
dos rodoviários. Então, a classe está muito bem representada por V. Exa, que é
um trabalhador da área. Então, devido a sua função, o senhor está de parabéns.
Obrigado.
O SR. PAULINHO MOTORISTA: Obrigado,
Brasinha.
O Sr. Clàudio Janta: V. Exa permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Grande
Paulinho Motorista, que presta essa justa homenagem a essas pessoas que, na nossa Cidade, transportam milhares de
vidas em segurança, diariamente. E tu, por muitos anos, fizeste isso com
alegria, dedicação, com carinho e afeto. E isso todos os rodoviários de Porto Alegre
fazem, seja dirigindo ônibus, seja dirigindo lotações ou táxis. Merecem o
respeito de todos nós, de todo o povo de Porto Alegre, de todos os
trabalhadores de Porto Alegre. Nós, operários de Porto Alegre, só temos a
agradecer a vocês, que nos conduzem diariamente aos nossos lares, nos conduzem
diariamente para onde vamos. Então, é justa a homenagem que tu prestas hoje a
todo esse setor. Nós, nesta Casa, também temos que prestá-la, aprovando um
Projeto que determina que os fins de linha de ônibus tenham banheiros e salas
de descanso para os motoristas e cobradores de ônibus de Porto Alegre. Vida
longa a ti e aos motoristas de Porto Alegre!
O SR. PAULINHO MOTORISTA: Obrigado, Ver.
Clàudio Janta.
O Sr. Bernardino Vendruscolo: V. Exa.
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Paulinho, parabéns pela
iniciativa, muito legítima. V. Exa. é realmente um daqueles motoristas que
todos querem. O senhor é educado, é gentil conosco, e com certeza o foi durante
toda a sua vida, não tenho dúvida disso. Então, ninguém mais do que o senhor é
legítimo para propor esta homenagem em respeito aos nossos motoristas
brasileiros, gaúchos e porto-alegrenses. Parabéns em nome da Bancada do PSD.
O SR. PAULINHO MOTORISTA: Obrigado, Ver.
Bernardino.
O Sr. Delegado Cleiton: V. Exa. permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Querido Paulinho “Motora”, parabéns pela
homenagem. Fico bem à vontade, até porque a minha primeira carteira – já cansei
de dizer para as pessoas – assinada foi como cobrador de ônibus, da antiga
empresa Guarujá. Então, com 14 anos, vivi a experiência e sabedoria dos
motoristas que me acompanharam, dos fiscais, dos colegas cobradores. Quando
vejo o Janta falar em espaço para os motoristas e cobradores, lembro muito,
quando fazia a Linha Liberal, meu pai me mandava uma marmitinha, na hora, para
que continuasse quente. Lembro que comíamos dentro do ônibus. Foi uma
experiência de vida para mim muito importante, inclusive para o resto da minha
vida. Então, aqui, quero cumprimentar vários – eu queria lembrar todos os
nomes, do Quimba, do Marino, do Renatinho, que faz parte do sindicato, do
Danilo – e vários motoristas que tiveram essa convivência e me passaram muito
respeito, carinho e sabedoria, a sabedoria das ruas, a sabedoria de quem
verdadeiramente sai para trabalhar, quem tem a necessidade de conduzir, num
trânsito maluco, famílias, trabalhadores, estudantes para o dia a dia. Um
abraço, Paulinho.
O SR. PAULINHO MOTORISTA: Muito
obrigado, Delegado Cleiton.
O Sr. Guilherme Socias Villela: V. Exa.
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Obrigado pelo aparte. Ver.
Paulinho, em nome do Partido Progressista, dos meus colegas João Carlos Nedel,
Mônica Leal e em meu nome, quero apresentar os cumprimentos pela homenagem que
V. Exa. presta ao Dia do Motorista. Eu costumo raciocinar da seguinte maneira:
todas as profissões são nobres, mas há profissões que têm mais responsabilidade
pública porque tratam diretamente com a população, no caso do motorista é
típico e por isso deve ser valorizado constantemente. Nesse sentido, então,
saudamos a homenagem que V. Exa. está fazendo a todos os motoristas. Muito
obrigado.
O SR. PAULINHO MOTORISTA: Muito
obrigado, Ver. Villela.
O Sr. Idenir Cecchim: V. Exa. permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Paulinho, certamente os motoristas foram
muitas vezes homenageados, mas pela primeira vez, eu acho, eles estão sendo
genuinamente homenageados por um motorista, por alguém que está aqui na Câmara
de Vereadores para representá-los, fazendo esta homenagem. Eu sou filho de colono,
e, casualmente, o dia 25 é Dia do Motorista e Dia do Colono – pessoas que
trabalham muito. O motorista, além de exercer a sua profissão, de ganhar o pão
de cada dia, ajuda a levar os trabalhadores para o trabalho, levar e retornar;
levar os estudantes para o colégio e trazê-los para suas casas. Então, que bom
que estão sendo os motoristas homenageados por um motorista, felizmente nosso
colega, felizmente Vereador da cidade de Porto Alegre. Ver. Paulinho Motorista,
meus cumprimentos, em nome da Bancada do PMDB – do Ver. Valter Nagelstein, do
Ver. Professor Garcia, da Ver.ª Lourdes Sprenger e em meu nome. Cumprimentos
pela sua iniciativa, cumprimentos pela sua trajetória.
O SR. PAULINHO MOTORISTA: Muito
obrigado, Ver. Idenir Cecchim.
A Sra. Sofia Cavedon: V. Exa. permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Paulinho Motorista, falo em nome da
minha Bancada, presentes aqui os Ver. Mauro Pinheiro e Alberto Kopittke. Queria
cumprimentar a Solange, que bom que é uma mulher que está aqui representando os
motoristas e as motoristas. Quero dizer que este elemento humano nesse debate
todo que estamos vendo no Brasil, neste semestre em especial, está um pouco
inviabilizado. O motorista, a discussão do transporte público, é óbvio que não
estamos falando só deste, mas eu falaria dos rodoviários em geral. Se nós
estamos incomodados, ou o usuário está incomodado, seja pela passagem mais
cara, seja pela má qualidade dos serviços, superlotação, imaginem a pressão que
vêm vivendo os motoristas e cobradores, agregados da irritabilidade e da
violência dos usuários, muitas vezes! Temos a pressão do dono da empresa, pois
tem que cumprir a tabela; a pressão da EPTC, que multa, e multa muito, se ele
está um pouquinho mais veloz porque está tentando cumprir a tabela; a pressão e
a insegurança que hoje vivem os usuários, e a responsabilidade do motorista no
abrir e fechar a porta; a mudança de entrar pela frente e sair por trás piorou
a vida da tripulação. São muitas as situações; no tabelão, a Tinga mexeu um
pouco, mas é um absurdo os motoristas trabalharem das 8h às 19h ou 19h30min.
Acho que a sociedade não sabe o que vivem de pressão, fora o salário. Tem uma
luta muito importante, o Senador Paulo Paim tem um estatuto, tem um diálogo
estabelecido com a categoria. A nossa Bancada quer homenagear o motorista
reconhecendo que ele é fundamental, as motoristas são fundamentais no
transporte público de qualidade e precisam de muito mais valorização e cuidado.
O SR. PAULINHO MOTORISTA: Muito
obrigado, Ver.ª Sofia.
O Sr. Mario Fraga: V. Ex.ª permite um
aparte?
O SR. PAULINHO MOTORISTA: Ver. Mario
Fraga, cujo pai trabalhou muitos anos conosco como motorista, concedo um
aparte.
O Sr. Mario Fraga: Ver. Paulinho
Motorista, venho, em meu nome, principalmente agradecer esta homenagem, pois já
estou aqui na Casa há bastante tempo e não consegui fazê-la. Agora, V. Exa.,
por sua profissão, pelo seu trabalho, faz esta homenagem aos motoristas, e V.
Exa. sabe das histórias que tenho na família. Não só meu pai, mas o Tio Moacir,
o Barão, os dois foram motoristas lá de Belém até se aposentarem. Faço esta
homenagem a eles e faço à Solange e à Marisa, em especial, que estão aqui.
Venho, neste momento, Ver. Paulinho Motorista, agradecer esta lembrança que V.
Exa. traz, sobre o quanto é importante o motorista para a nossa Cidade, para
nós todos. Especialmente para nós, que usamos o transporte de Belém Novo que
demora uma hora e 10 minutos, uma hora e 20 minutos. Como é grande a
responsabilidade de vocês, motoristas, nesse momento. Então, Ver. Paulinho
Motorista, muito obrigado pela homenagem.
O SR. JOAO DERLY: V. Exa.
permite um aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Paulinho Motorista, gostaria
de cumprimentá-lo por esta iniciativa, tu representas realmente a categoria dos
rodoviários. Tenho conhecido um pouco mais de ti e visto a tua personalidade
tão linda, uma pessoa maravilhosa, e, agora, homenageando uma mulher, a
Solange, demonstrando o teu coração. Vejo a tua luta e apoio plenamente o teu
projeto de indicação ao Executivo para que os rodoviários entrem na categoria
de risco para obterem as vacinas. Conta com o meu apoio sempre que precisares.
Parabéns!
O SR. PAULINHO MOTORISTA: Muito obrigado, Ver. João Derly. Agradeço aos meus colegas presentes nas
galerias que vieram prestigiar esta homenagem que, com certeza, estaria cheia
se não fosse o horário de trabalho dos colegas motoristas. Volto a dizer que me
orgulho dessa profissão, a qual exerci por 24 anos, e continuarei lutando
sempre a favor dos meus parceiros rodoviários, jamais viraria as costas a eles,
jamais falaria um dia que nunca fui motorista porque, se voltasse 24 anos
atrás, voltaria a exercer essa profissão da qual sinto tanta saudade, sempre
com simplicidade, honestidade e humildade. Chego a acordar na madrugada, olho o
relógio e penso a que horas vou sair, então, lembro que não estou mais no
ônibus, na boleia. Um abraço a todos, continuaremos juntos: rodoviários para
sempre!
(Não
revisado pelo orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): A Sra.
Solange Aguirre está com a palavra.
A SRA. SOLANGE AGUIRRE: Boa-tarde a todos,
gostaria de parabenizar o Ver. Paulinho Motorista; meus colegas motoristas aqui
presentes, também citar mais uma mulher, citaram a Mariza e eu, a Danila,
parabéns pelo nosso Dia. Queria agradecer ao Paulinho e a todos os presentes
pela homenagem prestada a nós. Queria falar um pouquinho da nossa profissão
como motorista e como mulher. Para nós, mulheres, não é muito fácil, não é?
“Mulher no volante, perigo constante.” Isso vai ser um bordão que a gente vai
carregar, acho que pelo resto da vida. Vocês só vão poder saber de verdade,
quando pegarem o nosso ônibus. Eu fui motorista de ônibus da Restinga por 11
anos e alguns meses e, hoje, sou motorista de táxi, por enquanto. Mas a
profissão de motorista hoje está muito difícil, o trânsito nosso é caótico, as
pessoas estão cada vez mais com falta de educação, não respeitam. Nós,
mulheres, somos pouco respeitadas no trânsito, as pessoas acham que, por sermos
mulheres, somos covardes, que temos pouca habilidade. Não, nós temos tanta
habilidade quanto qualquer motorista homem, dirigimos igual aos homens, talvez
com um pouco mais de coragem. Sabem por quê? Porque a mulher tem coragem de
sentir medo, o homem não tem. Desculpem-me, meus motoristas, mas o homem é
macho, tem aquela história do machão: “eu vou, será que dá para ir?” Eles vão e
acabam fazendo alguma coisinha que não deve. A mulher tem a coragem de, em
certos momentos, ser covarde, então, isso nos auxilia bastante.
Mas é uma profissão
que eu gosto muito, por 11 anos, eu fui motorista de ônibus, se tivesse
oportunidade seria de novo. Trouxe-me muito prazer; está certo, me trouxe
muitas tristezas também. Eu estou um pouco emocionada, enfim... Parabéns a
todos e muito obrigada pela oportunidade de estar aqui. Nunca imaginei estar
aqui, com a oportunidade que nos deram nesta homenagem. Obrigada. (Palmas.)
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Parabéns,
Solange, Ver. Paulinho e a todos os motoristas; sem dúvida nenhuma, vocês nos
carregam com toda a segurança para todos os lugares. E a simplicidade,
autenticidade e humildade do Paulinho têm sido um exemplo para todos nós.
Parabéns.
Estão suspensos os
trabalhos para as despedidas.
(Suspendem-se os
trabalhos às 15h4min.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago – às 15h6min): Estão reabertos os trabalhos.
Após a provocação do Plenário, eu
vou colocar aqui a posição que foi retirada junto com a Direção Legislativa,
para ser bem transparente nesse sentido. São nove Projetos que vieram sobre a
questão do transporte público: PLCE nº 011/13, do Ver. Clàudio Janta, do dia
10/04/2013; PLL nº 124/13, do Ver. Clàudio Janta, do dia 10/04/2013; PLL nº
242/13, do Ver. Alberto Kopittke, que foi retirado; PLL nº 243/13, do Ver.
Alberto Kopittke, de 02/07/2013, que foi retirado; PLL nº 244/13, do Ver.
Valter Nagelstein, de 02/07/2013; PLL nº 245/13, da Ver.ª Fernanda Melchionna e
do Ver. Pedro Ruas, de 02/07/2013; PLL nº 248/13, da Bancada do PT, de
04/07/2013; PLL nº 250/13, do Ver. Delegado Cleiton, de 04/07/2013; PLL nº
255/13, dos Vereadores do PSOL, PT e Séfora Mota, representando o Bloco de
Lutas.
O terceiro e o quarto
Projetos, do Ver. Alberto Kopittke, foram retirados; os outros Projetos, todos,
vão tramitar. Eles já estão tramitando, descartadas as prejudicialidades. Eu
peço aos autores dos mesmos que possam verificar essas questões com a Direção
Legislativa. Os Projetos vão ser encaminhados formalmente, neste momento. Por
exemplo, em relação ao projeto do Ver. Valter Nagelstein sobre a publicidade,
também já há uma emenda, no primeiro projeto do Ver. Clàudio Janta, que
contempla essa matéria – eu solicito ao Diretor Legislativo que observe isso.
Portanto, eu acho que esse projeto também está prejudicado, em razão da emenda
do próprio Ver. Valter Nagelstein no primeiro projeto, que é o do Ver. Clàudio
Janta. Qual é a ideia? E eu já conversei com a maioria dos Vereadores da Mesa.
A ideia é de que possamos votar todos eles na mesma Sessão Legislativa, na
mesma Sessão Plenária.
O SR. PEDRO RUAS: Presidente, Ver. Dr.
Thiago, uma questão de esclarecimento. No que tange à prejudicialidade que V.
Exa. coloca, há um tema da maior relevância – e V. Exa. tem toda uma família
vinculada ao Judiciário e tem experiência também: este projeto, fruto de acordo
judicial, que encaminha a questão do passe livre e a questão de transparência,
ele não pode sofrer a prejudicialidade referida por V. Exa., porque este tem
ata de acordo judicial. Então, este é um tema que pode inclusive levar a um
desfecho muito negativo, porque nós temos um acordo judicial em relação a ele.
Qual é a ideia? É o cumprimento do acordo, porque este é o projeto que deve ser
votado quanto a este tema. E é acordo judicial que tanto nós, Vereadores de
situação, de oposição, enfim, da Mesa, assinamos com o Judiciário, quanto com o
Ministério Público. Então só para salientar esse aspecto, porque esse dado é
relevante.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Vereador, eu
estou aplicando o Regimento da Casa. V. Exa. pode recorrer disso, e vai ser
encaminhado à Procuradoria da Casa para análise. Não há problema nenhum.
O SR. MARIO FRAGA: Dr. Thiago, só para
dizer que este Vereador, Ver. Mario Fraga, não assinou acordo nenhum.
O SR. PEDRO RUAS: O Vereador não
assinou, mas a Câmara assinou! Isso não quer dizer nada no Judiciário.
O SR. CLÀUDIO JANTA: Independente do
acordo feito na Justiça, eu entrei com dois projetos e quero que a Mesa me
informe se os meus projetos vão seguir o trâmite democrático desta Casa ou se
eu preciso usar a minha assessoria jurídica para entrar na Justiça para que os meus
projetos entrem em votação. Eu segui o trâmite democrático. Se eu preciso
entrar na Justiça, eu vou entrar para que os meus projetos entrem em votação.
Agora, eu acho que tem que seguir o trâmite democrático. A Justiça mandou esta
Casa acatar dois projetos, esta Casa os está acatando, agora, não quer dizer
que o projeto judicial tenha que acabar com o trâmite desta Casa; o trâmite da
Justiça já interveio nesta Casa, que já cumpriu o seu papel... Quando o Ver.
Pedro Ruas diz que esta Casa representou lá, esta Casa deveria ter feito uma
Sessão para saber se ela iria se curvar ao Poder Judiciário. Porque esta Casa é
um Poder autônomo, um Poder do povo e não poderia haver uma intervenção de um
outro Poder aqui dentro.
Então, acho que,
antes disso, esta Casa tinha que reunir o corpo dos 36 representantes deste
Legislativo para saber se tínhamos que nos curvar para o Judiciário ou não.
Então, eu quero saber se os meus projetos vão cumprir o trâmite desta Casa, ou
terei que procurar o Judiciário para que isso aconteça.
O SR. PRESIDENTE (DR. THIAGO): Perfeito.
O SR. MARIO FRAGA: Dr. Thiago, não leve
a mal, a sua paciência já foi bem forte nos últimos dias, é que eu sou leigo no
assunto, não sou da área jurídica e respeito muito o meu colega Pedro Ruas. Eu
não participei do acordo, mas o Ver. Pedro Ruas diz que a Câmara assinou. Mas
eu estou obrigado a votar “sim” no projeto, Sr. Presidente? O senhor poderia me
esclarecer?
O SR. PEDRO RUAS: Eu ia dizer que é só
tramitação; não é obrigado a votar “sim”. É tramitação, o Vereador sabe.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Por favor,
Ver. Pedro, me deixe explicar. Eu peço que ninguém mais faça aparte. Eu vou
explicar: todos os processos estão tramitando regimentalmente. O que nós
estamos dizendo, regimentalmente, é que há prejudicialidade pelo princípio da
anterioridade, que está no Regimento da Casa. As inconformidades têm o recurso
regimental. Ninguém sabia qual era o projeto que ia ser protocolado aqui,
Vereadores, ninguém sabia! Foi acordado que seria protocolado e que seria dado
o andamento regimental da Casa, o que está sendo feito. Eu só estou informando
ao Plenário as prejudicialidades, para que os autores dos projetos, de forma
transparente, se coloquem. Esta Casa não se curvou ao Judiciário, quero deixar
bem claro isso. Frente a uma situação de crise, solicitou a medida jurídica
cabível, que era a reintegração de posse, que, inclusive, foi dada a esta Casa.
Foi suspensa, num segundo momento, para análise da sociedade. Mas esta Casa não
se curvou e não vai se curvar, vai seguir o Regimento. Este Presidente zela
pelo Regimento integral da Casa. Todos os projetos estão tramitando, e, dentro
da tramitação normal que já existe, existe a prejudicialidade, que nós estamos
de forma ampla e transparente passando para o conjunto dos Vereadores.
Era esse o
esclarecimento que gostaria de fazer. (Palmas.)
O Ver. Pedro Ruas
está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo da Ver.ª Fernanda
Melchionna.
O SR. PEDRO RUAS: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, Sras. Vereadoras, Ver. Mario Fraga, meu amigo de muitos anos, há
mais de 30 anos eu milito em movimentos de direitos humanos e lutei em várias
frentes, e uma das que tenho muito orgulho é a do combate ao racismo. E
aprendi, ainda antes de 1988, Sr. Presidente, Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras
– a Ver.ª Melchionna nasceu em 1984 e, quando V. Exa. estava nascendo, nós
tínhamos lutas em relação ao racismo que eram brutais, nós tínhamos algo
semelhante, hoje, à questão da homofobia –, naquele período, que o racismo, via
de regra, era sutil, cruel e sutil. Mais cruel, porque sutil: ele não permitia
o enfrentamento direto. Então, nós tínhamos que nos desdobrar, estudar e
descobrir as maneiras através das quais, naquele período pré-Constituição de
1988, o racismo aparecia, Ver. Mario Manfro, nas suas formas cruéis e sutis.
Hoje, eu andando na
Av. Ipiranga, Ver. Kopittke, vejo um ônibus da Carris, como vejo sempre, com
propagandas, às vezes, são de livros de leitura, e aí há um jovem ou uma jovem
lendo, brancos, geralmente loiros; vejo propagandas de universidades, também
com jovens, brancos, geralmente loiros; vejo propagandas de programas de
trabalho, com homens e mulheres trabalhando, em posição de trabalho, brancos;
vejo, também, propagandas com alternativas para a terceira idade, todas
questões positivas, com homens ou mulheres brancos, jovens ou idosos. Hoje, o
alerta que eu vi no ônibus da Carris, gigantesco, era assim: “A hepatite B e C
pode estar em qualquer lugar, inclusive em você”, com a foto de um homem negro.
Eu não vi nenhuma outra foto de homens ou mulheres negros nas propagandas dos
ônibus, particularmente da Carris, mas, hoje, esse alerta de que a hepatite B e
C – que é óbvio que é uma doença, que é óbvio que é algo negativo, ruim – pode
estar em qualquer lugar, inclusive em você, com a foto de um homem negro. Eu
conheço esse jogo! Eu conheço essa forma sutil de racismo, essa maneira de
associar coisas ruins, como doenças, à cor de pele. Eu conheço isso desde antes
de 1988. Vi, hoje – hoje! –, na Av. Ipiranga, esse anúncio sobre hepatite, com
a foto de um homem negro, no ônibus da Carris, e sei o que isso significa,
porque conheço de muitas lutas contra o racismo, de muitos enfrentamentos com
os racistas, os quais, muitas vezes, aliás, quase sempre não aparecem, fazem esse
tipo de manobra ou gritam essas coisas do plenário. (Manifestações nas
galerias.) Eu quero fazer o
registro, Presidente, da minha profunda indignação com esse fato e quero pedir,
imediatamente, esclarecimentos à Carris nesse sentido.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. João
Carlos Nedel está com a palavra em Comunicações, por cedência de tempo da Ver.ª
Any Ortiz.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Sr.
Presidente, Ver. Dr. Thiago; Sras. Vereadores e Srs. Vereadores, acabamos de ouvir,
há pouco, a homenagem do Ver. Paulinho Motorista aos motoristas. Eu queria
falar sobre este assunto também, em homenagem, especialmente, ao nosso Vereador
Paulinho Motorista, que para cá trouxe a problemática, a vida do motorista. E,
justamente hoje, na reabertura dos trabalhos deste plenário, neste período de
Comunicações, estamos homenageando os motoristas de todo o Brasil, em especial
os que trabalham aqui em Porto Alegre. É uma iniciativa, repito, do nosso Ver.
Paulinho Motorista. Quando nós vemos, Paulinho, no comando de um veículo, um
homem ou uma mulher mais jovem ou mais idosa, quase sempre, o nosso olhar é
para o profissional que ali está no trabalho, seja em um caminhão, seja em um
ônibus, seja em um táxi ou em um lotação. Quando precisamos de seus serviços ou
quando apenas os vemos dirigindo seus veículos pelas ruas de nossa Cidade,
quase sempre o nosso olhar primeiro é para analisar a qualidade do seu
desempenho. Avaliamos se ficamos satisfeitos ou não com o seu trabalho.
Lamentavelmente, e esse é o foco que quero dar, poucas vezes, apreciamos, com a
devida justeza, a natureza a as dificuldades do trabalho, a importância desse
trabalho que ele tem para nós, como pessoas, como indivíduos, como filhos de
Deus. Nós estamos acostumados a olhar para uma pessoa como se ela fosse uma
máquina e não olhamos como se fosse uma pessoa. Isso eu quero enfatizar e
deixar muito claro. E o pior de tudo é que, às vezes, deixamos de levar em
conta que atrás daquele volante está um homem ou uma mulher, pessoas humanas,
muitas vezes chefes de família que, naquele momento, com tantos ou mais
problemas do que nós, estão ganhando o sustento para o seu lar, para a educação
e para a saúde dos seus filhos. O quanto nós somos incompreensíveis não olhando
a pessoa. E por isso, eu quero, hoje, cumprimentar os motoristas e agradecê-los
pelo trabalho que tanto realizam, anonimamente, por todos nós, e ressaltar a
sua importância para a nossa Cidade. Transportam pessoas, transportam valores,
transportam mercadorias, fazem a economia girar e nós não nos damos conta desse
detalhe. Então, quero pedir a todas as pessoas de Porto Alegre que tenham
sempre um olhar de compreensão para com os motoristas que lhes servem, que os
cumprimentem, que lhes desejem bom-dia, boa-tarde, peçam que Deus lhes abençoe
e protejam e desejem sinceramente que sejam felizes. Esta é a posição do
Partido Progressista, dos Vereadores Guilherme Socias Villela, Mônica Leal e
meu, em homenagem aos motoristas e em homenagem especial ao nosso colega, Ver.
Paulinho Motorista. Muito obrigado. (Palmas.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver.
Bernardino Vendruscolo está com a palavra em Comunicações.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Sr.
Presidente, Ver. Dr. Thiago; Sras. Vereadoras e Srs Vereadores, quero
aproveitar este período de Comunicação, e também usarei a Pauta, logo a seguir,
para falar de um Projeto do Executivo. Eu queria a atenção especial dos
Vereadores da base do Governo para aquilo que pretendo justificar aqui,
contestando o Projeto do Executivo. Este Projeto trata da revogação de uma Lei
que, se não me falha a memória, é de autoria do Ver. João Antonio Dib, que
estabelece que toda vez que nós deixarmos o automóvel no parquímetro, vamos
sair com dois tíquetes, um para deixar no automóvel e outro com o qual
poderemos acompanhar o horário, já que tem tempo limitado, ou por uma questão
de segurança e de garantia de ter deixado lá o automóvel – enfim, por questões
diversas. Agora o Executivo encaminha um Projeto de Lei tentando revogar esta
Lei. Vou ler, rapidamente, a Exposição de Motivos, assinada pelo Prefeito em
exercício, Ver. Sebastião Melo, que, aliás, quando vinha a esta tribuna, fazia
discursos maravilhosos quando não era do Executivo! Este recado, hoje,
Vice-Prefeito Sebastião Melo, desculpe, é para que V. Exa. lembre do tempo que
esteve aqui nesta Casa, porque é muito fácil – aliás, fácil não, vou usar outro
termo –, é muito feio fazer ao longo dos anos um discurso em defesa do povo e
depois esquecer dele, desse mesmo povo que o colocou onde está. Vereador Airto
Ferronato, V. Exa. que é Líder do Governo, faço-lhe um apelo para que o
Prefeito José Fortunati reavalie este Projeto. Este Projeto trata dos tíquetes
dos automóveis estacionados nos lugares onde há os parquímetros. No final,
consta que mencionado o procedimento, entretanto por força da tecnologia
utilizada nos parquímetros instalados pelas ruas da Capital, bem como o modelo
de bobina térmica adotada para emissão dos tíquetes nos equipamentos, torna-se
impraticável. Nesse sentido foi solicitado o Parecer técnico no qual se
constatou que, com a tecnologia atual, a operacionalidade não é recomendada,
pois diminuiria o tempo de utilização da bobina em aproximadamente 50%.
Vice-Prefeito Sebastião Melo, V. Exa. tem que se preocupar com o povo, não com
a bobina! Vice-Prefeito Sebastião Melo, eu tenho a maior admiração por V. Exa.,
mas se preocupe com o povo, não com a bobina. Mas onde é que nós andamos,
gente! Agora porque vai gastar um pouco mais de bobina, vai revogar uma Lei que
é um anseio?
Seguidamente, eu
recebo, no Gabinete, pedidos das pessoas sobre esse procedimento, sobre a
aplicação dessa Lei que, até hoje, não foi aplicada porque o equipamento do
parquímetro, a bobina, não atende a essa possibilidade de sair o tíquete em
duas vias. Olha, sinceramente, aqui não dá para dar parceria. Presidente, nós
temos votado, a Bancada do PSD não é oposição, nem é Governo, mas vota com
questões sérias e de responsabilidade.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Airto
Ferronato está com a palavra em Comunicações.
O SR. AIRTO FERRONATO: Nesta tarde de
retorno, eu vou conversar um pouco sobre o Programa Integrado Socioambiental,
um projeto que começou lá no Governo Tarso Genro e, inclusive, antes dele. E nós,
lá do DEP, participamos do projeto. A sua execução começou com o Prefeito
Fogaça, e ele está concluído, senhoras e senhores! Um projeto de 160 milhões de
dólares, Ver. Brasinha; 160 milhões de dólares! Esse projeto modifica o sistema
de tratamento de esgoto cloacal, que hoje é despejado aqui no Gasômetro. Ele
modifica de pouco mais de 25% para 87% do esgoto tratado. Repito: a obra está
pronta, basta ligar! E até hoje, Ver. João Derly, a Fepam ainda não liberou,
não aprovou o projeto por questão de modificação. Respeito. Mas um projeto que
deixa de levar esgoto cloacal não tratado para levar esgoto tratado lá na Zona
Sul, ele não está sendo ligado porque sofreu uma modificação, e se pouparam
muitos milhões de reais para a Prefeitura de Porto Alegre. Em síntese: se
jogava mais para dentro do Guaíba porque teria menos tratamento, e se chegou à
conclusão de que, tratando mais na estação, pode-se largar mais perto da
margem, um quilômetro mais perto.
Eu não consigo
compreender o Estado do Rio Grande do Sul, eu sou funcionário público do
Estado. A obra trouxe redução de custo, e, no País, tanto se alardeia que as
obras públicas sempre têm valor aumentado. Agora que se buscou uma redução, há
esse entrave pela frente. No que eu acredito? É preciso ligar, botar em
funcionamento esta rede de esgoto cloacal, que retira desde o Gasômetro até a
Ponta Grossa. É preciso fazer essa liberação o mais rápido possível na minha
opinião. E que se faça o monitoramento, Ver. Villela, para verificar se,
efetivamente, tem dificuldades. Se tem, que se busque consertar essas
dificuldades. Ou a Fepam autoriza ligar esse equipamento de 160 milhões de
dólares, ou nós, daqui a dois, três, quatro anos, vamos fazer um novo estudo
para ver o que acontece aí. Não é possível nós vivermos num Estado atrasado,
entravado por uma burocracia demasiadamente burra. Vamos fazer o monitoramento
e ligar esse esgoto. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Mario
Fraga está com a palavra em Comunicações.
O SR. MARIO FRAGA: Sr. Presidente, Sras.
Vereadoras, Srs. Vereadores, público que nos assiste nas galerias e pela
TVCâmara; vejo aqui dois amigos de bastante tempo, Ver. Paulinho, que faz essa
homenagem hoje: o Beto, do Colosso lá, onde nós jogamos por bastante tempo; e o
nosso Gaúcho, da Restinga, que é de Bagé, da Fronteira, também fazia tempo que
eu não via. Casa cheia na quinta-feira, não é Serginho? Quinta-feira, a Casa
cheia! Ver. Pujol, Ver. Mario Manfro, parece que não aconteceu nada na Casa
aqui. Dr. Pujol, parece que não aconteceu nada na Casa; estão todos aqui rindo,
faceiros, já esqueceram o dia 11, assim como esqueceram o dia 11 de setembro,
mas o nosso foi 11 de julho. Então, nós, Vereadores, para que não aconteça... E
ontem aconteceu lá no Rio de Janeiro, pessoal! E tem outra Capital onde também
tem gente na Câmara.
O Presidente, eu já
fiquei sabendo, vai tomar algumas medidas, medidas essas que já existiram na
Casa – não é o meu assunto, Dr. Pujol e Ver.ª Luiza –, assunto esse que já
esteve na Casa, nós já tentamos – o Ver. Pedro Ruas se lembra bem – colocar a
identificação aqui. Eu era Diretor de Atividades Complementares, e o Ver.
Sebastião Melo, se não me engano, era o Presidente, e nós tentamos colocar aqui
a identificação. Dr. Thiago, sei que V. Exa. vai tentar imprimir isso na Casa,
e sou favorável, mas eu sofri na carne, eu fui Diretor da Casa por dois anos, e
nós não conseguimos, Mario Manfro, colocar em prática a identificação. O Ver.
Pedro Ruas deve se lembrar bem. Nós não conseguimos, é uma coisa bem
complicada. Mas ali, na Assembleia, quando eu vou visitar a Juliana Brizola, eu
tenho que me identificar. Eu passo ali na Assembleia...
(Aparte
antirregimental do Ver. Clàudio Janta.)
O SR. MARIO FRAGA: Eu visito a Juliana
Brizola! V. Exa. não visita mais, Janta? Eu visito! O Janta não visita mais a
Brizola, eu continuo visitando.
(Aparte
antirregimental do Ver. Clàudio Janta.)
O SR. MARIO FRAGA: Pois é, foi um
detalhe, eu falei a Brizola porque foi a última pessoa com quem eu estive lá na
Assembleia. Então, eu só falei isso aqui para nós não esquecermos. Sras.
Vereadoras e Srs. Vereadores: não vamos esquecer o que aconteceu aqui no dia 11
de julho.
O meu assunto, na
verdade, é sobre a nossa Cidade. Hoje o Ver. Airto Ferronato, numa reunião da
base do Governo, falou: nós estamos com seis meses, sete, agora, de Governo
Fortunati, de Governo PDT e de Governo dessa união de Partidos que temos. A
nossa Cidade ainda está precisando de alguns serviços, mas eles estão
avançando; e de outros que ainda não avançaram, estão parados. Então, eu venho
falar, em especial, da minha região, Ver. Brasinha, que V. Exa. conhece tão
bem, e todos passam por lá. Nós estamos necessitando urgentemente da
repavimentação da Av. Juca Batista. Já levamos o Secretário Mauro Zacher lá
duas vezes. Hoje, estive com o Prefeito Fortunati, falei com o Prefeito
Fortunati, nós precisamos arrumar aquela Av. Juca Batista.
O Sr. Alceu Brasinha: V. Exa. permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Ver. Mario Fraga, realmente o senhor falou em
seis meses, sete meses; são 212 dias deste Governo, que é uma verdadeira marca,
é uma grife o Governo Fortunati, é uma verdadeira grife, porque o homem foi
Deputado federal, foi o Vereador mais votado na história de Porto Alegre, não
tem um Vereador que foi mais votado que o Prefeito Fortunati. E agora, mais
ainda, quando ele fez essa votação extraordinária de 65,22%, eu digo que é uma
grife, é uma marca Fortunati. Então, quero dizer que o Governo não se abala com
nada, são 212 dias de trabalho!
O SR. MARIO FRAGA: Obrigado. E eu estou pensando seriamente no que nós podemos fazer sobre
a nossa Cidade e sobre o nosso Estado, Ver.ª Sofia, V. Exa. que me ajudou a ter
uma audiência lá na Tancredo Neves há três meses. O assunto Trancredo Neves,
Ver.ª Sofia, continua o mesmo, ou seja, o Governo do Estado também não faz!
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): A Ver.ª Sofia
Cavedon está com a palavra em Comunicações.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Sr. Presidente,
Vereadores, Vereadoras, um bom retorno, um bom semestre a todos nós, à
população de Porto Alegre; retorno às Sessões plenárias porque as atividades
foram muito intensas, inclusive, no recesso. Quero iniciar dizendo que repudio
veementemente a retirada dos jovens, no Rio de Janeiro, através da violência,
do gás lacrimogêneo, da brigada, demonstrando absoluta falta de capacidade dos
governantes e legisladores em ouvir a população e mediar com a população.
Registro que foi exemplar a forma como acabamos lidando e deslindando a
ocupação da Câmara, encaminhando as demandas dos jovens, mostrando que, em
tempos de democracia, o que tem que imperar é o diálogo. É isso, essa é a
grande prova dos acontecimentos. E um diálogo que responda às demandas da
sociedade, dessas é que eu quero falar, porque um dos movimentos que gerou toda
essa movimentação de rua chama-se a Defesa Pública da Alegria em Porto Alegre,
e se organizou a partir do direito que os jovens reivindicam – e os artistas –
de estar nos espaços públicos e se manifestar. Uma das pautas adotadas por eles
foi o Auditório Araújo Vianna, sim, porque o Araújo Vianna é emblemático como o
lugar das manifestações populares, da atividade acessível de cultura, do lugar
de acolhimento dos grandes debates, dos movimentos sociais, dos Fóruns Sociais
Mundiais. E o que nós estamos vendo no Araújo Vianna, a partir da decisão do
Governo anterior de concessão privada: primeiro, foi a tomada de parte do
parque, através da cerca, parque que não foi concedido, parque que era lugar de
as famílias sentarem no entorno, de escutarem música, de tomarem chimarrão.
Agora, analisando o comportamento da concessionária e o que dizia o termo de
concessão, ficou muito, mas muito escandaloso o comportamento e a forma como
aquele lugar, que era público, tornou-se um lugar de exploração econômica
privada. E cito o itens que encaminhei ao Ministério Público para reavaliação
dessa concessão, porque, pasmem, não há previsão de multas, advertências, há a
previsão de cessação da concessão quando do descumprimento do edital e do termo
de referência, do termo de concessão. Então, senhores, a Opus está
terceirizando, alugando o Araújo Vianna, virou um espaço seu que ela aluga para
as atividades que ela deseja ou que lhe rendam retorno financeiro.
O CPERS-Sindicato fez
duas grandes assembleias, e devia fazê-las gratuitamente, na minha opinião, há
vagas públicas destinadas à Prefeitura de Porto Alegre que deveria acolher
essas manifestações, e o CPERS, uma categoria de professores, teve que pagar R$
39 mil para cada um dos aluguéis. Acredito que o mesmo a Unimed pagou, porque
são os eventos que nós, por hora, sabemos que aconteceram através de aluguel.
Há a vedação completa no edital e no termo de compromisso que a Opus terceirize
aquele lugar. A Opus aluga para outras empresas e produtoras para fazer shows, não é ela só que faz shows, vários shows para outras empresas. A Opus desalojou a Banda Municipal! E o
termo de concessão fala que a Opus só poderá utilizar três salas e que o espaço
do Araújo Vianna é compartilhado com a Secretaria Municipal de Cultura! E a
Opus tomou conta de todo Araújo Vianna, obviamente com a Prefeitura Municipal
sabendo, e a Banda, que tem 88 anos, não tem lugar para ensaiar, não tem onde
guardar seus instrumentos! Mais ainda, as 90 datas públicas praticamente não são
usadas, seis ou sete foram utilizadas num período de oito meses, e um dos
motivos é porque a Opus cobra, no mínimo, R$ 10 mil, das datas públicas, para
limpeza e segurança. E o edital veda, diz que limpeza e segurança é com a
empresa que pegou a concessão! Portanto, muitas irregularidades, além do acinte
de mudar o nome Araújo Vianna para Oi Araújo Vianna.
Nós pedimos
providências ao Ministério Público, e espero que a Prefeitura se antecipe e
devolva o Araújo à população. (Palmas.)
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver.
Márcio Bins Ely está com a palavra em Comunicações.
O SR. MÁRCIO BINS ELY: Ver. Dr. Thiago,
Presidente, na pessoa de V. Exa., quero cumprimentar os demais Vereadores e
Vereadoras, o público que nos assiste nas galerias e na TVCâmara, as senhoras e
os senhores.
Venho a esta tribuna,
no período de Comunicações, neste retorno aos trabalhos, no início do segundo
semestre, 1º de agosto, para também fazer, aqui, uma reflexão a respeito das
manifestações e tudo o que vem ocorrendo no nosso País, muitas delas legítimas,
porque sabemos da precariedade do serviço público, fundamentalmente nas áreas
de Saúde e Educação, algumas das manifestações fundamentadas, também, na
crítica aos valores praticados no transporte coletivo.
Quero dizer que tudo
tem limite e que algumas práticas ultrapassaram o alambrado, como diria o nosso
saudoso Leonel Brizola.
Eu acho que a Ver.ª
Mônica Leal, no seu artigo do jornal Zero Hora, hoje, foi muito feliz, quando
conclui, ao final, que a Câmara Municipal não será mais a mesma. E eu quero
dizer aqui que, também no início do ano passado, presidia uma Sessão que
tratava da consolidação da redelimitação dos bairros na Cidade, e uma parte
importante desse grupo que invadiu a Câmara no mês passado também invadiu
aquela Sessão, mas por uma outra mobilização, que envolvia as áreas de
quilombos. Inclusive, me foi jogado um coquetel de tinta, ali no Plenarinho Ana
Terra. Quem foi ali – inclusive, está aqui o nosso servidor que foi agredido
naquele dia, o segurança da Casa – pôde acompanhar, e quem for ali pode ver,
nas cadeiras, os vestígios daquele coquetel de tinta que foi atirado.
Então, o que eu quero
dizer, aqui, principalmente para o público que nos assiste na TVCâmara, é que
tenho certeza absoluta – certeza absoluta! – de que nenhum setor da sociedade
concorda com essa prática aqui. (Mostra fotografia.) Fazer piquenique e foto
posada de nudismo no Parlamento? Isso é uma ofensa à democracia. Então, quero
aqui me somar às palavras do Ver. Mario Fraga, que me antecedeu, que, na sua
fala, demonstra sua indignação com a prática dos atos que aqui foram
realizados. E também quero aqui fazer um ato de solidariedade ao Presidente Dr.
Thiago e à Mesa, que tentou, dentro das sua limitações, inicialmente, dialogar,
até por um movimento da maioria, da orientação dos colegas Vereadores naquele
primeiro momento, mas que, depois, degringolou a negociação. Ao final, nós, no
período do recesso, conseguimos uma solução pacífica. Poderia ter sido
diferente. E hoje, ainda, quando nós conversávamos lá na reunião de retomada
dos trabalhos para fazermos uma avaliação deste momento político que vive nosso
País, onde quem é Governo está sendo questionado, falávamos que essas
manifestações que depredam, que quebram, que saqueiam não são legítimas. Aliás,
eu diria mais: se os movimentos se esvaziaram, muito foi em função da
delinquência, do vandalismo. As pessoas de bem que estavam ali por reivindicar
melhorias na Saúde, na Segurança, na Educação, que legitimamente se organizaram
por batalhar por um melhor transporte coletivo, hoje não participam mais dos
movimentos em função do vandalismo, em função da quebradeira.
Eu penso que o Ver.
Pujol foi muito feliz na sua manifestação. Nós temos a legitimidade do voto
para estarmos aqui representando a sociedade. A maioria é representada pelo
Poder Executivo, mas a sua totalidade é representada pelo Legislativo. E eu
tenho certeza de que a maioria que nos conduziu para cá não concorda com esse
tipo de prática, não concorda com vandalismo, com quebradeira. Colocar fogo em
um ônibus? O que isso quer dizer? Bater foto de nudismo? O que isso quer dizer?
Ficam esses questionamentos neste nosso reinício de trabalhos no segundo
semestre. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Clàudio Janta está com a palavra em Comunicações.
O SR. CLÀUDIO JANTA: Sr. Presidente,
Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores, queiram ou não queiram alguns, a Casa é do
povo e do voto popular. Estive agora, nos dias 24, 25 e 26 de julho, no 7º
Congresso da Central, a qual eu presido aqui no Estado, a Força Sindical, na
Praia Grande, onde estiveram presentes 4 mil delegados de mais de 1.600
entidades sindicais do Brasil, uma delegação de 90 representações estrangeiras
representando 50 países. O Rio Grande do Sul foi representado por 120 delegados
de várias cidades do nosso Estado, e lá foi eleita a nova direção da Força
Sindical. Do Rio Grande do Sul elegemos 39 membros para a direção nacional da
Força Sindical, sendo que 9 são da executiva da Força Sindical, 29 participam
da Direção Nacional da Força Sindical e eu fui eleito como Presidente do
Conselho Fiscal da Força Sindical Nacional. Também temos representação na
direção executiva de companheiros do Sindicato dos Comerciários de Porto
Alegre, companheiros do Senalba, companheiros dos Vigilantes, do Sindicato dos
Compositores, do Sindicato dos Serviços, do Sindicato dos Zeladores e dos
Rodoviários.
Nesse Congresso
tiramos decisões importantes na pauta trabalhista, como a redução da jornada de
trabalho, o fator previdenciário, um pacto federativo, um combate grande à
inflação e aos juros, 10% do PIB para a Saúde, abertura dos postos de saúde nas
capitais e nas grandes cidades 24 horas por dia, uma tabela de Imposto de Renda
com isenção de até seis mil reais. Foi aprovado nesse Congresso e se manteve
uma cota de 30% para as mulheres e 10% para a juventude. Tirou-se um calendário
de mobilizações para esse Governo Federal, que sofre de otite e catarata porque
não escuta os clamores das ruas e não enxerga o que o povo está precisando. Vão
ocorrer manifestações no Brasil inteiro nos dias 6, 13 e 20, e, no dia 30, o
Brasil inteiro vai fazer novamente uma greve geral.
Trago aqui à
Presidência desta Casa uma Moção de Repúdio à invasão da Câmara de Vereadores de Porto Alegre aprovada pelos
4 mil delegados presentes no congresso da Força Sindical e por todos os
sindicatos filiados. (Lê.): “Moção de Repúdio à invasão à Câmara de Vereadores
de Porto Alegre e de solidariedade ao povo de Porto Alegre [assinada pelo
Presidente da Força Sindical e Deputado Federal Paulo Pereira da Silva]. Os 4
mil trabalhadores presentes ao 7º Congresso Nacional da Força Sindical repudiam
a invasão da Câmara de Vereadores de Porto
Alegre, entre os dias 10 e 17 de julho, por partidos e forças políticas
organizadas que apostaram em dar um golpe na instituição democrática e abrir
‘jurisprudência’ para existência de um ‘estado sem lei’. Ao mesmo tempo, os
congressistas de todo o Brasil prestam sua solidariedade ao povo de Porto
Alegre que, dentro da legalidade e do respeito à democracia e às instituições,
almeja seus direitos sociais, como melhoria do transporte, saúde 24 horas,
segurança e educação de qualidade”.
Trago esta Moção,
assinada pelo Presidente da nossa Central, em nome dos 4.000 dirigentes
sindicais presentes no congresso da Força Sindical em solidariedade aos
representantes do povo de Porto Alegre, aos 36 representantes do povo de Porto
Alegre, porque aqui é a Casa do Povo. Eu realmente não represento aquelas pessoas
que invadiram esta Casa no momento em que eu estava na tribuna, até porque
vários ali têm pinto muito pequeno, não quero representá-los; vários ali têm um
corpo muito feio, não quero representá-los. Quero representar as pessoas que
produzem nesta Cidade, as pessoas que querem fazer crescer esta Cidade, as
pessoas que querem gerar renda nesta Cidade, as pessoas que querem ver esta
Cidade se desenvolver, não as pessoas que querem banalizar a Casa do Povo, que
querem transformar a Casa do Povo num verdadeiro circo, num verdadeiro salão de
festas. Isso aqui é um local de trabalho. Este plenário é sagrado “desde o
Império Romano”. A minha atividade sindical me ensinou, desde que comecei a
militar no movimento sindical, que, quando a gente inicia uma greve, quando a
gente inicia um protesto, a gente inicia com um objetivo. E os manifestantes
que invadiram esta Casa, logo no início, tinham o seu objetivo atingido. Logo
no início, eles atingiram objetivos que jamais imaginei, que o Presidente desta
Casa e os Vereadores que estavam negociando iriam aceitar, e aceitaram, e
assinaram, e os manifestantes não aceitaram, não sei por quê. Acho que o
objetivo era sair desta Casa com um saco plástico, eu acho que o objetivo, que
eles não atingiram, era sair desta Casa com um saco preto, lacrado, o objetivo
de manchar esta Casa com o corpo; o objetivo era manchar esta Casa com sangue.
Eu quero dizer que o Presidente Thiago isso não deu para eles. Eu quero dizer
que, com as pessoas que negociaram nesta Casa, esse objetivo eles não
atingiram, porque ganharam na Justiça muito menos do que tinham conseguido,
aqui nesta Casa, na negociação; ganharam na Justiça quase nada, e tinham
negociado nesta Casa muita coisa; tinham negociado com esta Casa, o Presidente
ia encaminhar ao Ministério Público um pedido de abertura de contas das
empresas; o Presidente ia encaminhar ao Ministério Público um pedido de
abertura de contas dos empresários e uma série de outras coisas. Em tempo
oportuno, eu trarei aqui o acordo, que foi assinado pela maioria dos
Vereadores, que garantia que esse acordo que foi assinado fosse bancado e
aprovado neste plenário, com a maioria das grandes Bancadas assinando esse
documento. Então, eu quero parabenizar a conduta do Presidente, que negociou
até no sábado, exaustivamente, para que a Casa do Povo voltasse aos braços do
povo. Então, trago e quero entregar a V. Exa., em suas mãos, este documento dos
delegados e participantes do 7º Congresso da Força Sindical, os 4 mil
dirigentes sindicais presentes na Praia Grande. Com força e fé, vamos seguir
defendendo a Casa do Povo e os direitos dos trabalhadores.
(Não revisado pelo
orador.)
(O Ver. Clàudio Janta
procede à entrega do documento ao Presidente, Ver. Dr. Thiago.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Apregoo
Requerimento, de autoria da Ver.ª Jussara Cony, solicitando Licença para
Tratamento de Saúde no período de 31 de julho a 1º de agosto.
Apregoo Requerimento,
de autoria do Ver. Marcelo Sgarbossa, solicitando Licença-Paternidade no
período de 16 a 20 de julho.
Apregoo o Memorando
nº 21/13, de autoria do Ver. Professor Garcia, justificando sua ausência, nos
dias 1º, 2 e 3 de agosto do corrente ano, para participar das Reuniões de
Diretoria e Plenária do Conselho Federal de Educação Física na cidade de
Brasília.
Agradeço, Ver.
Clàudio Janta, a Moção de Solidariedade à Câmara de Vereadores, muito bem
aceita pelos 4 mil trabalhadores do VII Congresso Nacional da Força Sindical.
A Ver.ª Luiza Neves
está com a palavra em Comunicações.
A SRA. LUIZA NEVES: Sr. Presidente,
Ver. Dr. Thiago; Srs. Vereadores; Sras. Vereadoras; público das galerias;
público que nos assiste pela TVCâmara, seria muita hipocrisia de minha parte,
como Vereadora deste Parlamento, retomar as atividades, após o recesso,
tranquilamente, como se nada houvesse acontecido. E é com muito indignação que
eu ocupo esta tribuna no dia de hoje, porque, no último dia em que nós,
Vereadores desta Casa, estivemos reunidos, um Vereador deste Parlamento ocupava
esta mesma tribuna aqui quando foi calada a voz dele. O Ver. Clàudio Janta
ocupava esta tribuna quando, desrespeitosamente, este plenário foi invadido –
ele não foi ocupado, ele foi invadido! Nós fomos tomados de assalto, sim,
senhores!
Então eu estou aqui
para falar que, no momento em que o Presidente desta Casa tentava o diálogo,
tentava a mediação juntamente com os demais Vereadores... E, quando alguns
Vereadores queriam nos convencer de que a tal ocupação era pacífica, eu, Ver.ª
Sofia, várias vezes, disse “Não é pacífica! Não é pacífica!”, como realmente
não foi, porque, se tivesse sido pacífica, Ver. Nedel, o seu painel estaria aí
na sua mesa hoje para o senhor poder votar, para o senhor marcar sua presença.
Ver. Cecchim, Ver. Cassio, houve depredação, sim, neste plenário. Houve, sim,
um abuso à democracia, um acinte, sim, a nós, Parlamentares, que estamos aqui
pelo voto do povo. Nós não estamos aqui porque nós invadimos, porque nós
tomamos de assalto, porque nós quisemos estar neste lugar simplesmente porque
achamos que nós poderíamos: nós estamos aqui porque alguém da comunidade nos
colocou aqui, nós representamos, sim, uma parcela do povo de Porto Alegre. Cada
um dos senhores e senhoras sentados neste plenário representam, sim, o povo de
Porto Alegre, e, no momento em que fomos retirados deste lugar, no momento em
que nossos assessores foram impedidos de entrar na Câmara de Vereadores,
assessores meus foram impedidos, sim, de entrar, é um abuso, é uma
arbitrariedade, é, sim, um acinte contra a democracia.
Esta é a minha fala
nesta tarde, senhoras e senhores, com muita indignação, com repúdio, sim, a
tudo que esta Câmara viveu por uma semana, isso é algo que não podemos deixar
nunca mais acontecer. Vieram pessoas para dentro deste lugar, trazendo escudos
humanos, como crianças, com mulheres gestantes, e a Brigada Militar foi
impedida de vir aqui tomar providências. E ninguém pediu para a Brigada Militar
usar a força, nem a violência, nós só queríamos que ela cumprisse o papel dela,
que era o de impor a ordem neste local, e ela foi impedida. Então, fica aqui o
nosso sentimento de revolta, de repúdio, porque este é o nosso local de
trabalho, local para o qual fomos eleitos pelo povo. Fica aqui, Presidente, Dr.
Thiago, a nossa solidariedade a V. Exa. pela condução dos trabalhos e o nosso
lamento por tudo que Vereadores desta Casa sofreram e de que o Presidente foi
vítima. Falamos tanto em assedio moral, e do que os Vereadores desta Casa, como
a Ver.ª Mônica, como o Presidente Dr. Thiago, foram vítimas nas redes sociais?
Foram, sim, vítimas de assédio moral, de violência moral, com charges pejorativas, com frases
pejorativas, e muitas vezes, senhoras e senhores, partindo de dentro mesmo
desta Casa. É lamentável, e eu não gostaria que a gente continuasse neste
segundo semestre com esse sentimento. Por isso está aqui, é um desabafo, é o
meu sentimento neste dia de hoje e a minha sensação de repúdio, de revolta, de
contrariedade e de não aceitação de algo como isso. É lamentável. Muito
obrigada.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver.
Delegado Cleiton está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. DELEGADO CLEITON: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, público aqui presente, primeiramente quero prestar a minha
solidariedade ao nosso Presidente, até porque agiu de forma mais ampla
possível, em nome da democracia, nas negociações que foram feitas aqui com o
grupo denominado Bloco de Luta pelo Transporte Público. Estava presente em
todos os momentos e sei que influenciei o companheiro, Presidente Dr. Thiago, a
seguir até o final, democraticamente,
nas negociações desse grupo que se diz representante das vozes da rua.
Então, Dr. Thiago, a
minha solidariedade em dizer que o senhor, ao contrário do que poucos dizem, o
senhor representou muito bem os Vereadores e esta Câmara Municipal com as
negociações. Mas gostaria de tocar num assunto que o meu amigo tocou, uma
pessoa que tenho o maior respeito e carinho, meu companheiro de CUTHAB, Ver.
Pedro Ruas. Sei da sua preocupação quanto ao racismo e quanto à homofobia.
Há alguns anos uma
grande empresa, uma indústria de cosméticos, anunciava abertamente um creme
para clarear a pele. Há alguns anos, jogadores, para poderem exercer a sua
profissão, tinham que passar pó de arroz para clarear a pele.
Aqui, mesmo, nesta
tribuna, ouvi Vereador dizer que achava estranho ele, um branco, ter que
defender demandas do povo negro. Sei qual era a intenção desse Vereador, até de
falar do número pequeno que temos de Vereadores negros nesta Câmara. Creio que
a Carris não teve essa intenção, Vereador. Nós gostaríamos – sei dessa sua luta
contra o racismo – que não nos tirassem a oportunidade de sermos protagonistas;
não nos tirem a oportunidade de termos modelos negros estampados nas
propagandas. Nós, negros, somos os que mais frequentam os postos de saúde. Não
nos tirem essa oportunidade de ter lá um ator negro; não nos tirem a
oportunidade de um negro poder ser um vilão no cinema, no teatro, na televisão;
não nos tirem essa oportunidade! Já estamos cansados de sermos cozinheiros e
escravos! Então, em nome desse sentimento de oportunidade é que venho, aqui,
dizer que todos os espaços que possamos preencher, sendo protagonistas, nos são
bem-vindos. Obrigado, senhores.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Obrigado, Ver.
Delegado Cleiton.
(O Ver. Bernardino Vendruscolo assume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): O Ver. Pedro Ruas está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. PEDRO RUAS: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores e Sras. Vereadoras, Ver. Delegado Cleiton, falo diretamente a todos
os Vereadores e a Vossa Excelência. A questão, Vereador, é que, em 1986, nós
encaminhamos, para a então Conselheira Federal da OAB, Dra. Olga Cavalheiro
Araújo, aquele Projeto que se transformou no que é chamado de Lei de Combate ao
Racismo, Ver. Pujol – V. Exa. vai lembrar do Deputado Federal Caó, do PDT, que
tinha um trabalho extraordinário nesse sentido –, que colocava o racismo como
crime inafiançável e imprescritível – o Ver. Airto Ferronato conhece bem a
terminologia –, que jamais prescreve. E o que nós queremos, Ver. Delegado
Cleiton, é que não haja... Esse estudo foi feito em 1986, o chamado racismo
sutil. Por que, nas mesmas propagandas de ônibus... E quando é propaganda de
universidade? Aparece ali um jovem, uma jovem, brancos, geralmente loiros, com
livros. Por que, ali, não tem, por exemplo, um modelo negro? Nas propagandas
das oportunidades para a terceira idade, também presentes nos ônibus, aparecem
pessoas mais ou menos da nossa idade, Ver. Reginaldo Pujol, Ver. Airto Ferronato,
brancas – um senhor, uma senhora – poderiam ser negros os modelos! Por que
esses modelos são todos brancos? Essa é a pergunta, Delegado Cleiton. Ninguém
quer tirar o trabalho do modelo negro, evidente que não; ao contrário, mas
porque a associação com o que é pejorativo, sempre? Porque, justamente, na
propaganda “As hepatites podem estar onde você menos espera”, o modelo é negro?
Porque o modelo negro também não está... Eu sei que a Ver.ª Mônica Leal se
preocupa com isso e está tentando obter respostas, diretamente do Executivo,
nesse sentido. Ela se preocupou com o tema, e eu agradeço. Por que também não
está o modelo negro lá na universidade, entrando com seus livros, tendo a
oportunidade da escola?
(Manifestações nas
galerias.)
O SR. PEDRO RUAS: Tem várias, mas estou
dando o exemplo da Carris. Eu já dei o nome.
(Manifestações nas
galerias.)
O SR. PEDRO RUAS: Mas são nos ônibus da
Carris, estou dando o nome.
(Manifestações nas
galerias)
O SR. PEDRO RUAS: Não recordo.
Presidente, eu tenho que falar. O que se pretende é exatamente...
O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendrusculo): Ver. Pedro Ruas, seu tempo está assegurado. Senhoras e senhores, todos
têm representantes. A tribuna, nesse momento, está ocupada pelo Vereador, e,
com certeza, se ele não os representa, alguém aqui os representa. Então, por
favor, vamos respeitar. Vai chegar a hora, cada Bancada tem o seu direito,
então vamos ouvir, por favor.
O SR. PEDRO RUAS: Obrigado, Presidente.
Então, eu coloco isso, porque, naqueles momentos também não há os atores
negros. Repito, esse tipo de racismo sutil é o mais cruel, pois é, justamente,
o mais difícil de combater, tanto que as pessoas se enganam com isso. As
pessoas não percebem que ali existe um exemplo de racismo, sim. Em outros
momentos, houve um debate – quando surgiram essas propagandas dos malefícios
dos cigarros, em situações sempre ruins, nas quais apareciam modelos negros.
Houve um debate do Movimento Nacional Anti-racismo contra isso. Essas
propagandas foram modificadas, porque os modelos negros passaram a aparecer
naquelas outras que tinham algum aspecto positivo. Essa associação com vilania,
com doença é, obviamente, racismo sutil. Então, até pode, e aqui é uma forma,
digamos assim, branda de ver a questão, até pode ser uma forma de trabalho de
atuação inconsciente. Até é possível, tanto que a Ver.ª Mônica Leal está
pedindo explicações nesse sentido. Agora de que o fato em si contribui para uma
ideia racista eu não tenho a menor dúvida. Nós temos estudos internacionais
sobre esse tema, nós temos levantamentos históricos importantes que serviram de
base para inúmeras indenizações no
mundo inteiro, inclusive no Brasil. Por isso reitero, a associação com
elementos pejorativos com relação à ração negra é uma forma sutil de racismo e
só pode ser compensada colocando modelos negros também para todas as outras
propagandas que são, na maioria das vezes, com aspectos positivos. Obrigado,
Presidente.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Obrigado pela colaboração de todos. O Ver. Alberto Kopittke está com a
palavra em Comunicações.
O SR. ALBERTO KOPITTKE: Estimados colegas,
boa-tarde a todos e todas que nos assistem da TVCâmara, do plenário, saúdo o
Presidente desta Sessão, Ver. Bernardino Vendruscolo. Eu vou, no momento de
Liderança, ter a oportunidade de trazer uma fala sobre o episódio da ocupação,
sobre o qual nós também vamos nos manifestar e trazer a nossa opinião e as
nossas posições de forma coletiva, mas aproveito este momento de Comunicações,
tão importante para, além de desejar a todos um ótimo semestre de trabalho,
também para todos os servidores desta Casa, e que seja um semestre de muita
produção, para a Cidade, de fatos concretos e positivos que mudem a vida dos
nossos cidadãos.
Trago para discussão
o Relatório do PNUD, da ONU, que foi
apresentado esta semana sobre o Índice de Desenvolvimento Humano, o chamado
IDH. O IDH é o índice mais importante em nível internacional que mede o
desenvolvimento das nações, dos estados e das cidades. É o grande índice quando
nós queremos comparar e entender efetivamente como vai a saúde das nações, o
desenvolvimento social das nações. E ele mede, para aqueles não o conhecem, ele
é um índice que mede o aumento da longevidade das pessoas de determinado lugar,
o aumento da renda e a melhoria dos índices de educação. E eu gostaria que a TV
mostrasse, se possível, uma projeção. Pode voltar ao mapa.
(Procede-se à
apresentação em PowerPoint.)
O SR. ALBERTO KOPITTKE: Eu trago aqui um fato
dado pela ONU de que o Brasil, nesses últimos dez anos, foi a Nação do mundo
que mais se desenvolveu em termos sociais; nenhuma outra nação, nem a China,
nem a Índia, nem os Estados Unidos, nem a Europa, que, aliás, vive uma tremenda
recessão, fruto do modelo neoliberal, que aqui muitos ainda teimam em defender.
E o Brasil, por ter exatamente feito uma outra opção de modelo de
desenvolvimento, foi a nação que mais se desenvolveu. E nós saímos de 70% das
cidades que tinham o índice muito baixo, 70% ao final do Governo Fernando
Henrique, e nós caímos, ao final de dez anos, depois dos dois mandatos do
Presidente Lula e da Presidente Dilma, para 0,57% de cidades com o índice muito
baixo. O Brasil em dez anos subiu o seu IDH em 50%, foi a Nação que mais se
acelerou. Isso não é somente graças ao PT, isso é graças a Nação brasileira. E
eu espero que esses dados sirvam para aquelas pessoas que sempre estão jogando
contra o País, que sempre falam que aqui no Brasil tudo é ruim, que aqui nada
presta, que nós todos, como sociedade, tenhamos muito orgulho disso que todos
nós construímos. Segundo, mostrar que a democracia é o caminho para o
desenvolvimento; não, as ditaduras.
Mas, infelizmente, na
contramão desse aumento do Brasil, dessa grande coalizão de vários Partidos,
que inclusive estão nesta Casa, a cidade de Porto Alegre caiu; não só caiu,
como foi a Capital do Brasil que menos cresceu ao longo desses dez anos. Porto
Alegre parou. Porto Alegre caiu de segunda capital, nós que temos tanto orgulho
do que construímos aqui, caro Ver. Ferronato, para oitava capital do Brasil, e
já somos a 28ª cidade caindo ladeira abaixo. Se nós continuarmos nesse ritmo,
daqui a dez anos, Porto Alegre não estará entre as 500 cidades mais
desenvolvidas do País. Isso é um tema – e eu espero que o Prefeito não se
ofenda, porque agora tudo o que é colocado contra ele leva para o campo pessoal
– que eu espero que realmente, caro Ver. Márcio, o Prefeito possa ver, com
esses dados, e reconstruir um caminho para essa Gestão que já tem oito anos e
seis meses, ou, como o querido amigo Ver. Brasinha gosta de dizer, que já têm
3.124 dias a Gestão Fogaça e Fortunati, que é uma só, que é uma mesma e que, ao
longo desses dez anos, fez Porto Alegre parar, e agora não é dito pelo PT, é
dito pela ONU, e entristeceu, de forma muito profunda, todos os
porto-alegrenses que viram esta Cidade ficar estagnada, ao longo desses dez
anos em que o Brasil se transformou na nação que mais cresceu em todo o mundo.
Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): O Ver. Mario Manfro está com a palavra em Comunicações.
O SR. MARIO MANFRO: Sr. Presidente, Ver.
Bernardino Vendruscolo, vários Vereadores que me antecederam elogiaram muito a
atuação do Ver. Dr. Thiago, nosso Presidente, durante o triste episódio da invasão
da Câmara de Vereadores. E eu, por uma questão de justiça, gostaria de elogiar
o Ver. Bernardino Vendruscolo, nosso 1º Vice-Presidente, porque foi realmente
um companheiro, uma pessoa que esteve sempre ao lado do Ver. Dr. Thiago.
Eu não sei com qual o
sentimento que descrevo essa invasão, essa ocupação a qual nós fomos
submetidos, eu não sei se foi de decepção, não sei se foi de tristeza, mas de
qualquer forma acredito, sim, que a Câmara de Vereadores... Eu não sou tão
radical como a Ver.ª Mônica Leal que diz que a Câmara nunca mais será a mesma,
mas eu tenho certeza, Vereadora, de que vai demorar muito para que isso
aconteça. Realmente nós ficamos marcados por essa invasão. Eu acho muito
engraçado quando falam numa invasão pacífica, eu não consigo entender. Fazendo
uma analogia, por exemplo, a um jogo de futebol em que a torcida invade
pacificamente sem agredir ninguém, ela ocupa o lugar dos jogadores, ela ocupa o
lugar daqueles que têm que estar ali, com um Vereador na tribuna, e ainda falam
que isso é pacífico. Então, realmente há coisas que eu não consigo entender.
Nós não estamos aqui só porque queremos. Queremos, trabalhamos para isso e
fomos aquinhoados com o voto de um percentual da comunidade porto-alegrense.
Dizendo isso, eu não
poderia me furtar de falar sobre esse assunto, eu quero chamar a atenção do
jornalista Eduardo Rodrigues, do Diário Gaúcho, que se arvora a dizer quais
projetos que são bons, quais são ruins, quais são estranhos. Ele coloca como
projeto estranho, vou fazer uma leitura: “Existe um projeto de dentista nas
UTIs...” É um projeto meu. Isso é um projeto estranho? Pelo amor de Deus!
Dentista nas UTIs é um projeto estranho? Se falássemos com 50 médicos, 51
diriam que as infecções pulmonares, as cardiopatias diminuiriam; enfim, seria
um avanço enorme! Mais do que este, e esse não é um projeto meu, é um projeto
do Delegado Cleiton que fala sobre a odontologia pré-natal, e é colocado por
ele também como um projeto estranho, Ver. Thiago Duarte! Está comprovado
cientificamente que gestantes com problemas periodontais, problemas de graves
infecções gengivais têm associação direta com o rompimento de bolsa, parto
prematuro, crianças com baixo peso ao nascer. Então é um projeto extremamente
meritório! Se é constitucional ou não, é outra discussão! Mas como um
jornalista coloca e elenca esses dois projetos como estranhos? O projeto do
Ver. Márcio Bins Ely ele coloca desdenhando! Ele está emitindo juízo de valor.
Acho que isso não é a sua função. Liberdade de imprensa, sim, mas quanto mais responsabilidade,
principalmente num órgão tão sério, num veículo que é tão lido, acho que seria
de bom tom que esse jornalista, pelo menos, fizesse uma retratação. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
(O Ver. Dr. Thiago
reassume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Antes de eu
chamar o próximo Vereador inscrito, sou obrigado a fazer uma colocação sobre
este assunto. Queria dizer que a maior causa de prematuridade que nós temos é a
infecção. O que leva à prematuridade, que é o que superlota as UTIs neonatais,
é a infecção. E, muitas vezes, essa infecção advém de um germe localizado na
boca, através de uma cárie. Por isso que odontologia no pré-natal é
fundamental; as gestantes, muitas vezes, perdem a dentição porque seus dentes ficam
mais vulneráveis no período pré-natal, e é necessário ter dentista na UTI. Quem
não teve um familiar que morreu de endocardite infecciosa numa UTI e que o
germe da endocardite, que é o streptococcus,
que é extremamente prevalente na UTI em função de uma infecção, não sabe do que
estamos falando. Não pode saber do que estamos falando, Vereador. E quem não
sabe que paciente de UTI é muito mais vezes entubado e, por isso, precisa de um
dentista na UTI, realmente, não sabe do que está falando.
O SR. MARIO MANFRO: Sem querer abusar,
Vereador, e até agradeço pela sua colocação. Na Câmara Federal já passou por
algumas Comissões, inclusive, esse projeto, que é um projeto de obrigar os
hospitais a terem um dentista, porque a higiene bucal, como deve ser feita, só
pode ser feita por um dentista. Esta, infelizmente, é uma demanda que está mais
do que na hora de nós conseguirmos colocar em todos os hospitais particulares e
também do SUS.
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Parabéns, Ver.
Mario Manfro.
O Ver. Idenir Cecchim
está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. IDENIR CECCHIM: Sr. Presidente, Sras.
Vereadoras e Srs. Vereadores; eu achei esse recesso um pouco curto, porque a
gente não para de trabalhar. O recesso é do Plenário, mas os Vereadores não têm
férias, Ver.ª Fernanda. É recesso parlamentar, mas vem do parlatório mesmo,
ninguém consegue tirar férias. Não são férias, isso é bom que a gente deixe
claro. Mas mesmo tendo alguns dias de distância física dos colegas, eu ouvi o
discurso da Ver.ª Sofia Cavedon sobre o Auditório Araújo Vianna. Eu queria
tecer alguns comentários sobre isso. O auditório Araújo Vianna foi o primeiro
local que eu visitei quando vim para Porto alegre, em 1870 e poucos, e paguei
ingresso para ver Pinguinho e Walter Broda, entre outros. Paguei ingresso.
Então, não vejo estranheza nenhuma em se cobrar alguma taxa nesse local. O que
se podia reclamar era de o Auditório Araújo Vianna ter sido deixado como se
fosse uma ruína durante todo o Governo do PT. Até tentaram fazer um guarda-chuva,
mas a lona rasgou na primeira chuva, de tão ruim essa mudança que fizeram. O
bom é quando a Prefeitura reconhece que não tem condições de fazer a obra e
cuidar da obra, e passa para terceiros, com concorrência, com licitação. A
empresa demorou para arrumar isso, é verdade, mas é melhor estar fazendo
ajustes do que estar abandonado, como ficou no Governo da Ver.ª Sofia Cavedon,
completamente abandonado. A Vereadora reclamou que o CPERS teve que pagar uma
taxa, mas eu acho que está certa; o CPERS gasta milhões em propaganda no rádio
e na televisão. O CPERS não é só dos professores da cidade de Porto Alegre, é
do Rio Grande do Sul todo. Tem que pagar, sim! Tem que pagar, o CPERS é um
doador de comida quando há invasões também, então, tem que pagar a taxa do
Auditório Araújo Vianna. Eu tenho certeza de que o problema da Guarda Municipal
não é o Araújo Vianna, não é! São outros problemas que precisam ser discutidos.
Agora, escutei muito o discurso do Ver. Alberto Kopittke sobre o IDH. Vereador,
com todo o respeito, o senhor dá a impressão de ser vesgo, porque lê o jornal
para um lado só! Com todo o respeito. Ele só vê que Porto Alegre, mesmo sendo o
Município com melhor IDH do Rio Grande do Sul – e olha que nós temos muitos
Municípios aqui comandados pelo PT, mas não se trata disso. Se for olhar isso,
e se ele lesse o jornal com os dois olhos, ele veria que o Brasil despencou nos
8 anos do Governo Lula, e muito! Essa leitura, se fosse feita pelo Ver.
Bernardino Vendruscolo – ele está levantando o dedo lá –, até teria desculpa,
mas não pode ser assim, Ver. Kopittke. O Governo Lula baixou o IDH do Brasil
ladeira abaixo. Eu não vou nem falar do Rio Grande do Sul, porque eu tinha
prometido a mim mesmo não reclamar do Governo Tarso, em que só o Ver. Brasinha
consegue enxergar algumas virtudes. Eu não posso admitir, não posso calar nessa
observação. Acho que há muita coisa errada, principalmente na Educação, que, no
Rio Grande do Sul, eu tenho um dos culpados: o CPERS. Mas um grande culpado,
que o Ver. Kopittke não falou aqui, é o próprio Governo do Estado, que nem fala
sobre o piso salarial dos professores! Isso é que baixa o IDH em Porto Alegre,
no Rio Grande e no Brasil. E isso baixa muito! Então, temos que começar a olhar
o que é verdade e o que não é, com os dois olhos, e ouvir com os dois ouvidos.
(Palmas.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. Alceu
Brasinha está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. ALCEU BRASINHA: Sr. Presidente, Ver.
Dr. Thiago; Srs. Vereadores, Sras. Vereadoras, quero agradecer a minha Bancada,
a meu Líder Cassio “Astrogildo”, Elizandro Sabino, Paulinho Brum, que me
cederam o tempo, mas eu quero falar com o Ver. Alberto Kopittke. Vereador, tu
sabes que, quando coisas boas acontecem no Governo, eu sempre reconheço, mas V.
Exa. não pode deixar de reconhecer que o Governo Fortunati está há 212 dias no
Governo, eleito pelo povo. Um Governo que tem transparência, que responde à
necessidade da comunidade. Basta acompanhar no Orçamento Participativo, a
Prefeitura na Comunidade, o Prefeito é muito bem recebido. Mesmo assim, Ver.
Alberto Kopittke, não vai me convencer que o seu Governo, que por 16 anos, por
5.844, trouxe tristeza a esta Cidade, porque aplicou muito, mentiu muito;
muitas coisas boas foram feitas, mas deixaram, literalmente, quebrada esta
Prefeitura! Eu estou aqui nesta Cidade há 37 anos, meu amigo, cheguei aqui com
14 anos, sendo que um ano tem 8.760 horas; trabalho 6.570 horas ao ano, durmo
1.460 horas e tenho 730 horas de lazer, não vou acreditar no Governo que eles
deixaram literalmente quebrado! Se o Prefeito Dib, que faz 212 dias que não
está nesta Casa, estivesse aqui, teria que rir do Ver. Alberto Kopittke, em
comparar esse Governo, que é um projeto que está dando certo, deu os oito anos
e, se Deus quiser, vai dar mais oito anos e, quem sabe, mais ainda, Vereador,
porque o povo disse não para a Bancada do PT que comandava a Cidade! Quero
também reconhecer as coisas boas do Airton
Michels, da Secretaria da Segurança Pública, juntamente com o Cel.
Silanus e com o Cel. Godoi, que tiveram ontem uma reunião e vão privilegiar os
colorados para assistirem ao Gre-Nal, no domingo. Esse é um reconhecimento
pessoal porque, realmente, quem perdia era a Cidade, e quem gosta de esporte
não quer saber se é colorado, se é gremista, se é Juventude, se é Zequinha;
enfim, quem gosta de esporte, quer participar. E, num Gre-Nal que movimenta a
Cidade, que movimenta o Rio Grande, justamente o Sr. Governador está de
parabéns por ter exercido e determinado que o Secretário Estadual da Segurança
Pública abrisse o diálogo junto com o Coronel Godoi e o Cel. Silanus. Mas eu
quero fazer um reconhecimento porque é o Cel. Godoi quem comanda a área da
Segurança. Então, está de parabéns o Cel. Godoi, porque o povo do Rio Grande do
Sul, o povo de Porto Alegre reconhece. Mas também quero reconhecer as coisas
que acontecem no seu bairro, na sua rua, na sua Cidade, eu gosto de discutir o
que acontece na minha rua, no meu bairro, na cidade de Porto Alegre; lá para
cima, lá para Brasília, lá não me interessa porque eu tenho, primeiro, que
saber o que está acontecendo no bairro. Por exemplo, a Ver.ª Sofia foi a
Vereadora que mais fiscalizou os ônibus na Cidade, e a Vereadora sabe porque
gosto muito dela, sou seu amigo e admiro o trabalho que ela fez, mas ela mesma
cuidava, reclamava dos buracos, que era da SMOV, que o Ver. Cassio
“Astrogildo”, que era Secretário, reclamava dos buracos. Eu mesmo fotografei
vários buracos em roda da Câmara, que estava cheio de buracos, e ela não
cobrava. Eu chamei a SMOV aquela vez, pedi que fossem tapados os buracos, e
mostrei para a Ver.ª Sofia que, primeiro, a gente começava a cuidar de casa
para, depois, cobrar lá na rua.
Então, eu quero falar
para os senhores que estão ouvindo sobre o bom trabalho que esse Prefeito está
fazendo na Cidade. Podem ter certeza absoluta de que as pessoas estão gostando
do trabalho, estão gostando e estão andando junto com o Prefeito, junto com a
Cidade, junto com o Secretário, que tem feito muito pela Cidade. Então, estão de
parabéns o Prefeito Fortunati, a cidade de Porto Alegre e as comunidades.
Obrigado, senhores.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver. João
Carlos Nedel está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. JOÃO CARLOS NEDEL: Ilustre Sr.
Presidente, Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras; o Papa Francisco esteve por uma
semana no Brasil e nos deixou mensagens importantes sobre religião, ética,
economia e sobre política. Sobre política, ainda quando estava na Itália, falou
para o mundo que o envolvimento na política é uma obrigação dos cristãos, pois
os cristãos não podem lavar as mãos como fez Pilatos. Disse que esse
envolvimento é necessário, porque a política é uma das mais altas formas de
expressão da caridade porque trabalha sempre pelo bem comum.
No Brasil, falou
claramente que é preciso reabilitar a política, efetivamente. É isso que
precisamos fazer no Brasil, em especial nesta Casa, tão violentamente atingida
pela invasão por pessoas irresponsáveis; tão irresponsáveis, que até a imagem
de Cristo – que preside, na verdade, esta Casa – foi agredida. Agrediram também
a democracia, agrediram o Poder Legislativo, cometeram crimes, como cárcere
privado, dano ao patrimônio público, contra o Estado Democrático de Direito e,
além de tudo, meus amigos, fizeram, aqui nesta Casa, pornografia. E utilizaram
crianças, crianças! Eles se prevaleceram de crianças para o seu intuito de
invasão. Ora, vejam só, utilizaram crianças inocentes para o seu delito.
Lamento profundamente que tivemos também colegas nossos que apoiaram ou
incentivaram essa invasão.
Realmente, o Papa
Francisco tem razão em dizer que a política deve ser reabilitada. E eu, Ver.
Alberto Kopittke, pela reabilitação da política, eu sou parceiro.
Eu queria,
rapidamente, transmitir ao Ver. Pedro Ruas que eu estive em contato com a
Secretaria da Saúde e dizer que dia 28 foi o Dia Nacional das Hepatites Virais,
e o Governo Federal mandou essa propaganda com todas as etnias, todas as
etnias! Tinha preto, negro, loiro, japonês, mulher, homem, e foi disseminado
isso no Dia Nacional das Hepatites Virais. Queria dizer ainda que a Secretaria
do nosso Município obteve dois prêmios da Secretaria especializada em combate
ao racismo pela sua atuação no desenvolvimento da saúde das várias etnias,
especialmente do povo negro. São essas as informações que eu tenho que lhe dar
porque V. Exa. é um defensor desse assunto e é essencialmente contra o crime de
racismo, no que V. Exa. tem razão! Mas, desta vez, o Governo Fortunati, a
Secretaria da Saúde do nosso Município encampou uma campanha nacional, do
Governo Federal em todo o Brasil. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): O Ver.
Alberto Kopittke está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. ALBERTO KOPITTKE: Sr. Presidente,
Sras. Vereadoras, Srs. Vereadores; volto aqui, agora em nome da Bancada do PT –
a Ver.ª Sofia, o Ver. Mauro, o Ver. Sgarbossa, o Ver. Comassetto, que se
encontra no Conselho das Cidades no dia de hoje, onde ele também representa os interesses
da nossa Cidade. Venho aqui trazer um pronunciamento, uma fala da nossa Bancada
sobre os episódios que aconteceram aqui na Casa através da ocupação feita pelo
Bloco de Lutas.
Nós procuramos, ao
longo de todo esse episódio, caro Ver. Nedel, agir exatamente não como Pilatos,
lavando as mãos, saindo da situação e fazendo política partidária, como alguns
colegas que, infelizmente, buscaram se aproveitar e, não raras vezes, se
equipararam, inclusive no seu comportamento, àqueles mais radicais, a quem eles
tanto atacam, radicais e fundamentalistas porque não têm a capacidade de
dialogar, e a democracia, o fundamento da democracia é o dialogo. Os movimentos
sociais constroem a democracia, e não raras vezes, na historia, foram atacados
pelos excessos de um e de outro individuo; alguns sempre tentam deslegitimar os
movimentos sociais. E é o que nós estamos vendo no discurso de alguns colegas
aqui, que, pelo excesso de um ou outro individuo, tentam deslegitimar que foram
esses jovens que baixaram o preço da passagem em Porto Alegre.
Infelizmente, alguns
colegas têm saudade do tempo em que os problemas políticos do País eram
resolvidos na base do cassetete. Eu ouvi aqui a Ver.ª Mônica Leal, ao telefone,
pedir que a policia viesse aqui descer o cassete nos jovens. Eu ouvi da senhora
e não disse isso em nenhum programa de TV porque eu queria lhe dizer aqui hoje.
Essa é uma posição atrasada, retrógrada e que, felizmente, a democracia do
nosso País já venceu.
Eu realmente acho que
nós todos aqui temos a capacidade de agir e de atuar em episódios como esse,
que não são raros na democracia. É na ditadura que não pode ter movimento de
jovem, não pode ter movimento sindical. Na democracia, existem instituições
para processar, inclusive, os excessos. E vários colegas aqui, eu quero
reconhecer, das mais diversas cores partidárias, estiveram comprometidos com o
diálogo até que, infelizmente, se optou por uma linha de fazer política
partidária, o que a nossa Bancada não fez em nenhum momento. Em nenhum momento,
Ver. Brasinha, nós nos aproveitamos dessa ocupação para atacar o Presidente ou
o Prefeito. A nossa preocupação foi que tivéssemos uma saída em paz, como a
democracia deve e manda que seja feita, mesmo que alguns não gostem disso,
mesmo que alguns queiram que as situações políticas sejam resolvidas abaixo de
cassetete da polícia. Ainda bem que essas posições...
(Manifestações
nas galerias.)
O SR. ALBERTO KOPITTKE: O senhor pode ocupar
a tribuna e manifestar a sua posição. E, felizmente, essa opinião não foi a da
Bancada do PT apenas, por isso quero saudar aqui a Exma. Juíza Cristina Luiza
Marquezan, que teve coragem de enfrentar os mais raivosos e teve a
serenidade...
(Manifestações
nas galerias.)
O SR. ALBERTO KOPITTKE: Eu não sei se ela é
petista! Eu não procurei a filiação dela, nunca conversei com ela, mas o
Judiciário teve... não só os que pensam diferentes são errados. Vocês têm que
aprender a lidar com a democracia, com os que pensam diferente, e essa Juíza
teve essa serenidade, assim como a Promotora Maria Cristina Santos de Lucca. O
Ministério Público também teve serenidade e disse, em alto e bom som, que
aqueles jovens não estavam cometendo um crime ao exercer o seu direito de
manifestação – dito pelo Ministério Público e pelo Judiciário, aliás, posição já
reconhecida pelo Supremo Tribunal Federal na época que vocês... (Vaias.) Por que vai ao Supremo? Não gostam! Mas eu
quero ainda saudar o Dr. Eduardo Zaffari e o Dr. Rodrigo Puggina, da OAB, que
estiveram aqui... (Vaias.) Estão vaiando a OAB
também! Só para os cidadãos que nos assistem pela TV, alguns Vereadores
trouxeram membros de seus gabinetes que estão aqui vaiando aqueles que pensam
diferente. Infelizmente, as câmeras não podem mostrar os colegas dos outros
mandatos que estão aqui.
Então, quero saudar –
tendo a certeza de que o Presidente Thiago vai garantir a ordem sem a
necessidade da polícia – a OAB, que, efetivamente, teve a serenidade que faltou
a alguns colegas desta Casa, assim como eu quero saudar o Oficial de Justiça
José Gabriel Duarte e o Dep. Pedro Westphalen, Presidente da Assembleia, do
PMDB, que, enquanto alguns Vereadores queriam encaminhar o impeachment do Governador, ao invés de estarem aqui para resolver
a situação, nós tivemos que ir ao Fórum para que a desocupação pudesse ser feita.
Infelizmente, alguns colegas estavam na Assembleia fazendo politicagem em cima
de uma situação que poderia ter causado... E eu sei que muitos vibraram ontem
com as cenas de jovens no Rio de Janeiro. Eu quero aqui saudar aqueles que
tiveram serenidade, porque a democracia não é feita por raivosos mais; a
democracia tem instituições, que, infelizmente, alguns colegas aqui não
honraram ao não estabelecer o diálogo e procurar uma saída mediada e sem
violência. Sei que alguns estão tristes porque queriam ver esta Casa tendo sido
quebrada pela tropa de choque, mas não conseguiram. Assim como os
fundamentalistas também não conseguiram. E aí vocês se completam nesta
manifestação. Viva a democracia, viva os movimentos sociais e a capacidade das
instituições de receber as demandas do povo e resolver as demandas em paz, não
mais na base do cassetete e da ameaça a servidores desta Casa. Muito obrigado.
(Manifestações nas galerias.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. CLÀUDIO JANTA: Sr. Presidente, nós
protocolamos, aqui na Casa, uma Moção de Solidariedade aos 84 agentes – pode-se
dizer já assim – da Guarda Municipal que prestaram concurso, e estão na fase
final desse concurso. E como foi dito aqui pelo Secretário de Segurança, José
Freitas, existe uma demanda de mais de cem agentes, e também um Pedido de
Providências à Secretaria de Segurança Pública. E também estamos pedindo que
seja chamada a esta Casa a Secretária Izabel Matte, para dizer por que esses 84
agentes não foram chamados ainda, já que existe uma defasagem de mais de 100
agentes na Secretaria de Segurança Pública do Município. Já que a Secretaria
tem essa defasagem, que a Secretaria resolva essa questão, ou então que seja
extinta já a Secretaria se não tem necessidade de chamar esses membros para
compor a Guarda Municipal do nosso Município. (Palmas.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): Parabéns,
Ver. Janta.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Eu quero também
fazer um registro sobre o tema do concurso da Carris. Ainda tem 500 cidadãos
que passaram no concurso, que estão na banca, e, para nossa surpresa, esta
semana a Carris lança um novo concurso para cobradores. Fiz um Pedido de
Informações ao Governo. O concurso ainda tem seis meses de validade, as pessoas
estão esperando ser nomeadas, e a Carris realiza um novo concurso. Nós também
queremos entender por que esse gasto público desnecessário e esse desrespeito
com quem aguarda para ser nomeado na nossa Companhia Carris Porto-Alegrense.
(O Ver. Bernardino
Vendruscolo reassume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Obrigado, Ver.ª Sofia. Com certeza, a Diretoria Legislativa está
atenta para levar esse seu encaminhamento à Mesa, para que possamos decidir em
reunião de Mesa.
Eu vou pedir
encarecidamente, antes de o Presidente falar, que possamos nos manter de forma
regimental aqui nesta Casa.
O Ver. Dr. Thiago
está com a palavra em Tempo de Presidente.
O SR. DR. THIAGO: Eu vou me propor,
todo o momento em que forem colocadas inverdades nesta tribuna no que se refere
à invasão da Câmara, a vir a esta tribuna para me manifestar. Eu virei a esta
tribuna em Tempo de Presidente para me manifestar, porque a invasão atingiu o
Parlamento, atingiu a Câmara. Ela atingiu. As pessoas, Ver. Kopittke, podem
muito bem se manifestar democraticamente, como estão fazendo, sendo assessores
nossos ou não, das galerias, mas não podem protagonizar – mesmo assessores
nossos – invasão ao plenário. Militantes partidários podem se manifestar e
devem nas galerias, pressionando os Parlamentares, mas eles não foram eleitos para
estar dentro deste plenário, que é sagrado. Houve, sim, uma mancha na
democracia, e eu quero dizer que isso foi politicamente orquestrado, foi
politicamente articulado, para, através da força, impingir ao conjunto dos 36
Vereadores as suas ideias, e isso não é democracia; isso é totalitarismo, isso,
sim, é ditadura.
O senhor diz aqui que
a Brigada não veio, que o Presidente não chamou a Brigada. Sim, não adianta o
Presidente chamar a Brigada, a Brigada não vem. A Brigada não vem. A Brigada
não veio no primeiro dia para resguardar o prédio da invasão, a Brigada veio no
segundo dia, na sexta-feira, para fazer a ocorrência, e, mesmo com a
solicitação desta Casa, uma vez que os ânimos estavam acirrados, a Brigada foi
embora. A Brigada não veio aqui tentar negociar pacificamente a desocupação
deste prédio, que é do povo – não veio, se negou, se omitiu. A Brigada se
omitiu. Então, é importante deixar isso claro.
Quero dizer, Ver.
Kopittke que o Presidente Pedro Westphalen não é do PMDB, ele é do PP. É
importante saber disso. Quero dizer que foram feitos, sim, ataques na mídia ao
Presidente desta Casa, a esta Casa. Alguns Vereadores não se deram conta de que
fazem parte do corpo desta Casa e, atacando o Presidente, estão se
autoatacando, mas essa sensibilidade não se teve.
Quero dizer que a
participação da OAB foi fundamental aqui, sim. O Eduardo Zaffari e o Rodrigo Puggina foram
fundamentais aqui, e foi solicitada por mim! Por mim! Eu quero dizer que, em
nenhum momento, a Juíza, mesmo a que suspendeu a liminar de reintegração de
posse, disse que ela não era devida. Porque é um verdadeiro absurdo jurídico
dizer que a reintegração de posse não é devida, já que a Câmara é o lugar para
estarem os Vereadores!
Quero dizer que
muitas coisas foram lançadas nesses períodos e que as arestas entre nós
aumentaram. Aumentaram. As nossas diferenças aumentaram, porque se trabalhou e
se vilipendiou uma coisa que é fundamental na política, que é a confiança das
pessoas. Houve, sim, manipulação dos grupos que estavam aqui, eles estão e
estavam orquestrados por partidos políticos, e para isso basta ver a fita de
apresentação dos grupos que estavam aqui, as pessoas que se apresentaram aqui,
nós temos documentos disso! Agora vão negar isso? Não podem negar, está
documentado! Agora, dizer que nós não tentamos... Nós fomos ao final da
negociação, nós negociamos, na quarta-feira, até a madrugada aqui; na
quinta-feira aqui; na sexta-feira, nós saímos daqui com o pessoal da OAB às 3
horas da manhã! No sábado, vim para cá para negociar! Sim, quando vi e
constatei e me certifiquei de que isso não ocorreria antes de domingo, sim, aí
já se exigia uma posição mais firme, e foi a que nós tomamos.
A sociedade se
pergunta se talvez não tivéssemos que ter tomado essa medida antes. Eu acho que
não. O meu pensamento é que foi a medida certa no momento certo. Nós não
poderíamos postergar isso, porque senão a Câmara iria ver vilipendiada ainda
mais, e nós não deveríamos fazer isso antes, para dar tempo e dar possibilidade
de o bom senso prevalecer, o que não aconteceu.
Quero dizer que é
inegociável a democracia; quero dizer que é inegociável o Regimento da Casa,
tanto para um lado quanto para o outro. Tanto para um lado, quanto para o
outro, o Regimento desta Casa, este ano, vai ser cumprido à regra, e os
Vereadores que não estiverem satisfeitos com isso podem mudá-lo. Podem mudá-lo,
basta ter maioria.
Agora, eu quero dizer
francamente – escutei aqui nas vezes em que aqui estive – que eu não represento
esse grupo. Agora, eu peço respeito às 11.935 pessoas que eu represento. Eu
peço respeito a essas pessoas nesse episódio e nos outros episódios que estão
aí. Respeitem as 11.935 pessoas. Estão subestimando essas 11.935 pessoas! Essas
pessoas vão se levantar! Então, é importante deixar isso bem claro. E vou deixar
mais claro ainda: toda vez que se falarem inverdades nesta tribuna, eu voltarei
aqui para corrigir a verdade, podem ter a certeza disso! (Palmas) Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
(O Ver. Dr. Thiago
reassume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): A Ver.ª
Mônica Leal está com a palavra em Comunicações.
A SRA. MÔNICA LEAL: Sr. Presidente, Srs.
Vereadores, Sras. Vereadoras, pessoas que nos assistem no plenário ou pela
TVCâmara, eu pensei que começaria o meu discurso de forma diferente. Mas é
interessante registrar, nesta tribuna, a ideia que eu tive todo o tempo sobre a
invasão que houve nesta Câmara de Vereadores... E quero fazer um registro sobre
a palavra invasão que está aqui no dicionário, vou ler para os senhores: “invasão
é uma agressão em qualquer ambiente; não é pacífica”. Não existe manifestação
pacífica, isso é uma heresia, está em todo dicionário.
Mas, voltando ao ponto que me traz a esta tribuna, no dia 1º de julho, eu assisti, nesta tribuna, vários Vereadores, após a votação do Projeto que reduzia a tarifa pública... Foram apresentadas 15 Emendas, e nós derrubamos 14 Emendas, aprovando apenas uma Emenda: a correção da redação do Projeto. Por que nós derrubamos as 14 Emendas? Porque elas não eram compatíveis com o Projeto, não eram de natureza tributária. Por isso que nós derrubamos, reprovamos as emendas. E o que muitos Vereadores fizeram aqui? Usaram esta tribuna dizendo que os Vereadores que tinham derrubado as emendas eram contra a transparência, eram a favor da caixa-preta nas empresas. Olha, eu nem sei mais quanta coisa eu ouvi... E saíram por aí propagando essas mentiras, essa difamação e essa sujeira pelas redes sociais, pela imprensa, pelo rádio. Eu escutei, assisti e me senti ofendida. Sabem por que, senhores e senhoras? Porque eu, desde os meus cinco anos, faço política com um mestre que eu admiro, que sempre participou de embates sérios, com veemência, com diferentes Partidos opositores, as com respeito, com verdade, sem jamais difamar alguém: Pedro Américo Leal. É assim que eu faço política. Se a oposição tiver um projeto que interesse à população, eu vou apoiar. Eu nunca disse uma inverdade ou difamei algum Vereador desta Casa, mesmo de oposição. Pelo contrário. E eu me senti agredida como pessoa, como cidadã, como jornalista, como política, porque essas mentiras foram incentivadas, foram levadas aos quatro cantos deste País. Inclusive o jornalista Juremir Machado saiu por aí a escrever crônicas, afirmando que Vereadores são contra a transparência. E eu me dei o trabalho, fiquei aqui, no período do recesso parlamentar, a provar que isso era mentira. Bem, o que eu quero agora resgatar aqui é que o Ver. Kopittke usou esta tribuna. As coisas começam assim. Ele, hoje, subiu aqui nesta tribuna... Chegou agora, coitado, eu respeito, é um Vereador iniciante, está no primeiro mandato. Eu estou aqui há 15 anos, e comecei como assessora. Uma assessora que abria a porta de um gabinete, que atendia ao telefone e que, aos poucos, foi galgando, por mérito próprio, por gostar de trabalhar com a população; ocupou a chefia de um gabinete; depois, foi Vereadora; candidata ao Senado; Secretária de Estado; e voltou a ser Vereadora pelo PP. Esta pessoa que vos fala não mente. E eu jamais disse ou liguei para a polícia pedindo para baixar o cassetete. É assim que fazem é assim que ele faz: começa dizendo, como citou, que nós éramos contra a transparência e, por isso, não votávamos a favor das emendas. Ora, senhores, eu não vou aceitar isso. A ligação que eu fiz para o Chefe de Polícia do Estado do Rio Grande do Sul, Delegado Ranolfo – eu o convoco para que venha a esta tribuna dizer o contrário –, foi para pedir auxílio a fim de sair desta Casa às 20h30min. Sabem por quê? Porque eu tinha um filho operado, um dia antes, no Hospital Moinhos de Vento. Todos sabiam, inclusive a Fernanda Melchionna, que é Presidente da minha Comissão, que eu viria a esta Casa apenas para votar um Projeto do Executivo, como responsável que sou, e sairia imediatamente, porque tiraria o meu filho do hospital. Ele fez uma cirurgia, pois quebrou o pé em duas partes. Eu não consegui sair e fiquei aflita, como mãe, eu precisava sair. Os portões estavam obstruídos. Eu liguei para o Ranolfo e pedi ajuda. Disse: eu preciso sair da Câmara, eu tinha que sair; por favor, me ajude. Voltei à sala da Presidência e informei a todos os Vereadores que estavam reunidos: eu vou sair, eu não tenho como ficar. Eu liguei para o Chefe de Polícia e disse: o que me acontecer lá fora vai ser de responsabilidade do Movimento e dos organizadores. Sabem o que aconteceu neste momento? Conto para vocês: os Vereadores Kopittke, Mauro Pinheiro, Sofia, Jussara, enfim, vários Vereadores me procuraram, junto com uma menina muito linda, querida, educada, de nome Vick, que se apresentou como Coordenadora da Comissão de Segurança do movimento dos baderneiros, dos delinquentes que “ocuparam” esta Casa. Ela me disse, de uma forma muito gentil: “Vereadora, o Movimento compreende a sua necessidade de atender um familiar que está saindo de uma cirurgia. Eu vou acompanhá-la, vou retirá-la desta Casa. Nós vamos acompanhá-la”. Desci e fui para garagem, com a recomendação de apagar o farol do meu caro e sair pelo portão – o portão pelo qual todos nós entramos – com a luz apagada. E todas as pessoas saíram. É mentira ou é verdade? É verdade isso. Eu convoco aqui quem quiser me desmentir, porque eu tenho cenas gravadas. Aliás, eu quero aqui dizer, também, que quem acuou, na porrada, as pessoas, foi o seu Partido, com os jornalistas da RBS, meus colegas, duas repórteres, cinegrafistas. Eu sou jornalista, sou a favor da liberdade de imprensa, da democracia e de qualquer manifestação respeitosa. Eu defendi esses colegas, colocando a mão na frente e dizendo que, para bater neles, teria de bater em mim. E os levei para o meu gabinete. Ora senhores, não me façam isso, de forma alguma, pois eu aceito tudo, contraponto, equivocar-me, mas não me chamem de mentirosa, não coloquem palavras na minha boca, por que eu não faço política assim. Eu faço política por causas, por ideais. Eu aceito todos os projetos de interesse da população, mesmo os da oposição. Ver. Kopittke, eu espero que o senhor sinceramente reflita sobre a grave acusação que me fez aqui, pois eu jamais liguei para alguém pedindo para sentar o cassetete em qualquer pessoa que estivesse nesse plenário, em que pese que, com delinquente, a gente não negocia, não conversa. Eu disse para o Presidente que o PP se retirava do processo de negociação. Essas foram as minhas palavras, sexta-feira às 16h30min. Eu sou a favor, o Villela e o Nedel também, à imediata reintegração de posse. E quero dizer mais: a juíza se equivocou quando foi pela audiência conciliatória; um dia depois, isso aqui foi estampado em todos os jornais. (Mostra fotografia.) Isso é pacífico, senhores? Essa nudez é pacífica? No Parlamento Municipal não é! Não é pacífica! Todos os senhores sabem disso. Então, por favor, não queiram soltar inverdades aos quatro ventos, como anunciaram a falta de transparência, porque todos os Vereadores que subiram a esta tribuna e derrubaram as 14 Emendas – que foi a razão do incitamento à baderna aqui – são a favor da transparência. Apenas a diferença entre nós e vocês, é que nós cumprimos a lei, cumprimos o Regimento, a Constituição. E não admitimos, de forma alguma, o contrário. Agora, quando eu digo que esta Casa jamais será a mesma, eu vou explicar para vocês por quê. Nesses 15 anos de Câmara, sempre transitei bem em todos os Partidos, eu sempre me dei bem, com respeito. Para mim, foi um choque o que eu vi aqui. Sabem por quê? Porque eu não sei mentir, eu não sei ofender, eu não sei caluniar alguém. Quem me conhece, sabe. Vou dar um exemplo: dia desses, em uma roda de amigos, citando o Ver. Pedro Ruas, eu falei nele, na linha dele, no Partido dele, na defesa dele. Eu não sei ser baixa, suja, Ver. Kopittke, eu não sei subir nesta tribuna e mentir dizendo que alguém ligou para o Delegado. Eu convoco o Delegado Ranolfo para lhe desmentir, porque ele vai fazer isso. Isso é uma inverdade! E o senhor começa assim; o seu Partido age assim, larga inverdades por aí, e as pessoas que não têm esse conhecimento acreditam. Só que comigo, não. O senhor fique sabendo que toda a vez que subir nesta tribuna para usar o meu nome, dobre a língua, fale com respeito, porque eu sou leal. Eu tenho, com muita honra, o sobrenome do meu pai, que é um legado que eu levo com muito orgulho. Eu tenho que respeitar isso. Jamais o senhor faça isso de novo! Obrigada.
(Revisado pela oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Dr. Thiago): A Ver.ª
Fernanda Melchionna está com a palavra para uma Comunicação de Líder, pela
oposição.
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Boa-tarde a
todos e a todas. Eu queria começar esse pronunciamento antes de discutir a
ocupação da Câmara de Vereadores, com a Constituição Federal, que a senhora diz
cumprir: Todo o Poder emana do povo, que o exerce por meio de representantes
eleitos ou diretamente, nos termos dessa Constituição. E é isso que os jovens
vêm fazendo no Brasil desde o levante que começou em junho, exercendo
democracia com as suas próprias mãos, com as suas próprias pernas. Se tem algum
responsável pela redução da tarifa na cidade de Porto Alegre, na cidade de São
Paulo, na cidade do Rio de Janeiro, foram os jovens que saíram as ruas diante
dos Governos que sancionam aumento para os empresários, que governam para os
ricos, que defendem a saúde privada, que defendem bilhões para os estádios da
Copa, e tiram dinheiro da população. Foi o que aconteceu em Porto Alegre,
porque nós só ganhamos a liminar Ver. Pedro Ruas, que reduziu a tarifa, reduzindo
lucros dos empresários, porque o Bloco de Luta esteve na rua desde janeiro,
desde janeiro esteve na rua, e não me incomodam as intervenções do Plenário,
ainda que quando sejam Vereadores da base o Presidente peça tempo, mas não me
incomodam porque a democracia é assim, nós temos que respeitar o que pensam
diferente da gente, mas eu queria dizer que na verdade quem rasgou a
Constituição Federal, não essa que foi fruto da mobilização, não essa que foi a
vitória da democracia contra a ditadura, quem rasgou foram os agentes da
ditadura militar, os torturadores, os violadores de direitos, na qual o seu
Partido tem origem, no qual o PP reivindica como passado os Anos de Chumbo
desse País. Eu não aceito que tentem tratar o legado dos jovens que lutam, das
formas que lutam como baderna. Baderna, delinquência é matar pessoas porque
pensam diferentes, é sumir pessoas porque discordam do regime. Baderna é fazer
aposentadoria forçada como fizeram durante 20 anos na ditadura militar que
vocês reivindicam. É por isso que se incomodam quando o povo ocupa o
Parlamento, não foi só em Porto Alegre, porque infelizmente, os Governos, os
Parlamentos, seguem cegos, surdos e mudos diante do povo que estão nas ruas.
Não é à toa que os jovens no Brasil inteiro estavam lutando por passe livre, e
o Presidente do Senado, o Presidente da Câmara usando avião da FAB para fazer
passe livre, para interesse privado, não é à toa que estão loucos com os
Parlamentos, porque esta Câmara rejeitou as emendas da transparência, que se
pode discordar, mas tinha o direito de estar ali, porque é um projeto de lei do
Executivo, e nós temos o direito de emendá-lo. E votou contra, infelizmente,
quem não está muito preocupado em defender a transparência e a democracia nas
planilhas de ônibus da nossa Cidade.
(Manifestações nas
galerias.)
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: Não estou aqui
para fazer juízo de valor, estou aqui para dizer que, infelizmente, o
Parlamento não deu as respostas de quem luta pelo passe livre, pela
transparência, pela redução da tarifa; foram as ruas que deram. E as ruas, as
mobilizações, o levante que o Brasil viveu em junho, há 20 anos, não se via no
nosso Brasil. A greve geral, maior greve desde 1989, nasceu pela indignação da
juventude com a política do balcão de negócios, sim, porque eu não vejo essa
sua indignação na ora de dizer que os Parlamentos e os Governos estão ocupados
por interesses privados, por defesa de empreiteira, por defesa de banqueiro,
por um monte de gente de “colarinho branco” que roubou milhões e milhões e segue
solto, como o Sarney, como o Calheiros, e seguem como presidentes, sentados nos
Parlamentos, e aí eu não vejo essa indignação da Vereadora, de outros
Vereadores, nem do povo, nem de alguns que vêm aqui hoje tentar colocar a sua
opinião, gritando durante a intervenção dos outros. Mas, de fato, eu não me
incomodo, porque democracia é assim, e nós atuamos cumprindo a nossa função
como parlamentares, garantindo que a ocupação tivesse um desfecho tranquilo,
uma ocupação ordeira e pacífica, como disse o Tribunal de Justiça. Nós
estávamos aqui cumprindo a nossa função, uma pena os que não estavam, os que
estavam no Twitter...
(Manifestação fora do
microfone. Inaudível.)
A SRA. FERNANDA MELCHIONNA: E vários Vereadores estavam. Mas havia alguns, no Twitter, dizendo que
tinha que vir a Polícia, que tinha que haver reintegração de posse, que tinha
que haver choque, que tinha que haver spray.
Que bom que a linha de vocês foi derrotada, foi derrotada quando a gente
derrotou a ditadura e foi derrotada na ocupação da Câmara de Porto Alegre.
(Não revisado pela
oradora.)
(O Ver. Bernardino
Vendruscolo reassume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): O Ver. Dr. Thiago está com a palavra em Tempo de Presidente.
O SR. DR. THIAGO: Quero, mais uma vez,
utilizar a tribuna para dizer à Ver.ª Fernanda que, do muito que foi falado,
nós não temos discordância. Com relação ao mensalão, nós não temos
discordância: com relação ao Renan Calheiros, nós não temos discordância; com
relação ao Sarney, nós não temos nenhuma discordância. Agora, nós temos a
discordância em dizer que essa invasão foi pacífica. Ela não foi pacífica! Ela
cerceou o direito de ir e vir dos funcionários desta Casa e dos Vereadores; ela
fez com que a imprensa não pudesse entrar nesta Casa; ela fez com que as
pessoas se sentissem violadas vindo aqui. Foi isso que ela fez. Se ela tivesse
ficado restrita às galerias em atos ordeiros de protesto, ela teria toda a
legitimidade, toda a acolhida desta Casa, mas não foi isso que aconteceu. É
importante deixar isso bem claro, e que, no acordo judicial, o Ver. Bernardino
foi muito feliz dizendo que nós acordávamos que metade das pessoas sairia num
dia e o pessoal que veio do Interior sairia no outro dia. Acho que foi humana a
nossa posição nesse sentido de evitar que as pessoas vindas do Interior não
tivessem para onde ir.
Então eu quero
manifestar, mais uma vez, que foi uma medida política, diferente do que o Ver.
Kopittke diz. Não foi um movimento que emanou das ruas, foi um movimento
político-partidário, orquestrado, violento, que fez com que a liberdade de
imprensa fosse restringida, a liberdade de ir e vir fosse restringida e que,
sem dúvida nenhuma, deixou a sua marca neste Parlamento, deixou a sua marca em
termos de danos patrimoniais, deixou a sua marca em termos de danos nas nossas
relações humanas. Era só isso que eu queria refrisar. (Palmas.)
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): O Ver. Airto Ferronato está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. AIRTO FERRONATO: Sr. Presidente, Ver.
Bernardino Vendruscolo; Srs. Vereadores, senhoras e senhores presentes; foi-se
o meu Facebook, quase terminei com uma bela parcela dos amigos do Facebook.
Isso aconteceu graças àquela trágica votação, repito, trágica votação das
emendas apresentadas, Ver. Pujol, para a isenção do ISSQN do transporte
coletivo por ônibus. E os autores das emendas, meus particularíssimos amigos,
sabiam, sabem e concordam que as emendas estavam no lugar errado! Embrulharam
os jovens de Porto Alegre. “Vereadores da oposição mentiram, Ferronato?” Eu
sei, mas isso é da disputa política, pois a disputa política quase terminou com
o meu Facebook. Sabem por quê? Porque o pessoal, simplesmente, me abandonou.
Sabe por quê? Não é possível nós, Vereadores, encaminhar emendas que tratam,
por exemplo, da planilha na Lei do Imposto de Renda. Aliás, eu vou dar um
exemplo do meu estimado amigo, Ver. Janta, que apresentou uma proposta que até
tinha a ver com a história, que só daria a isenção se fossem construir
banheiros no fim da linha. Mas se fosse para construir banheiro, não teria
isenção – nós iríamos levar quanto tempo? Portanto, nós compreendemos a
situação política. Agora, dizer que nós – e fui eu o primeiro que disse! – fui
eu e a juventude até seguiu o embalo, com razão: vamos votar esse Projeto em
momentos separados. Fui eu!
(Aparte
antirregimental do Ver. Clàudio Janta.)
O SR. AIRTO FERRONATO: Não, foi antes!
Portanto, o Projeto que trata da transparência é um Projeto construído, e eu concordo
que teve, sim, a capitania da juventude – eu concordo! Agora, nós precisamos
compreender que a situação merece uma serenidade toda especial, porque o
momento é delicadíssimo. Ninguém ganhou com isso! Todos perdemos, inclusive os
jovens! Até sexta-feira à noite, às 21h, estava aí eu, dizendo da importância
do diálogo. Houve excessos, sim, é do jogo. Agora, compreender que a Câmara
ganhou, que o Presidente ganhou, que a Mesa teve sucesso, que a oposição saiu
com resultado positivo, que a juventude ganhou, eu não concordo; eu acho que
todos perdemos. Agora, discordo que a Casa não será, jamais, o que é, porque
ela já era e continua sendo a Casa do Povo de Porto Alegre, e foi para isso que
nós fomos eleitos. Nós estamos aqui para representar o cidadão da cidade de
Porto Alegre, claro, com posições divergentes muitas vezes, convergentes em
outras vezes; agora, conscientes de que, na verdade, o processo das emendas foi
um processo que trouxe prejuízos, grandes prejuízos àqueles que votaram contra,
e acertadamente contra! Não era o momento nem de votar as Emendas e nem de
embrulhar a juventude de Porto Alegre! Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Em votação as Atas disponíveis nas Pastas
Públicas do correio eletrônico: Atas da 36ª
à 64ª Sessão Ordinária e da 2ª à 9ª Sessão Extraordinária. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que as aprovam permaneçam como se encontram.
(Pausa.) APROVADAS.
O SR. PEDRO RUAS: Presidente, nós
teremos a Pauta depois das Lideranças?
O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): Sim, imediatamente passaremos à Pauta após as Lideranças.
O SR. PEDRO RUAS: Muito obrigado.
O SR. PRESIDENTE (Bernardino Vendruscolo): O Ver. Reginaldo Pujol está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sr. Presidente, Sras.
Vereadoras, Srs. Vereadores, uma circunstância muito especial, amplamente
conhecida da Casa, dá-me hoje uma absoluta isenção para me manifestar sobre os
fatos que aqui ocorreram a partir do dia 9 do mês que findou. Eu havia
informado a muitos Vereadores, especialmente ao Presidente da Casa, ao meu
Líder, Ver. Ferronato, que eu tinha acertado há mais tempo que, entre os dias 7
e 8 de julho, eu me submeteria a uma pequena intervenção cirúrgica, que me
deixaria por, pelo menos, três ou quatro dias impossibilitado de participar do
debate aqui na Casa. Para não deixar o lugar vago – e todos vocês sabem que o
Democratas tem uma Bancada restrita a um Vereador –, eu busquei o
licenciamento, que só poderia ocorrer por oito dias, com condição de eu
convocar a suplência, que era o Ver. Dinho, que esteve aqui com os senhores
naquela quarta-feira memorável marcada na história desta Casa. Então, eu quero,
simplesmente, dizer que sobre esse assunto eu falo em tese, não vou discutir os
acontecimentos isolados que ocorreram. Em princípio, eu estou solidário com o
Presidente da Casa e não queria estar no lugar dele, quando dos acontecimentos.
E, se algumas decisões que ele tomou podem ser questionadas aqui ou acolá, isso
fica por conta do inusitado dos acontecimentos. De qualquer forma, eu não posso
deixar de dizer que a imagem desta Casa ficou rigorosamente arranhada. Eu não
esperava que, ao longo daquele que pode ser o meu último quatriênio
legislativo, eu fosse ter que registrar esse acontecimento, mas ele ocorreu e,
como tal, deve ser entendido. Acredito, Presidente – e tenho conversado com V.
Exa com frequência sobre este assunto –, que mais do que a reflexão que o
inusitado propicia, nós temos que ter alguns procedimentos cautelares, porque
eu vejo o risco que ele possa voltar a ocorrer nesta Casa. E acho que esta Casa
está se transformando, a essa altura, no último bastião da resistência
democrática. Porque pode-se dizer tudo a respeito do Legislativo, das posições
que aqui se tomam, mas nunca ninguém haverá de dizer que esta Casa não é uma
Casa democrática. Porque a Casa democrática não é a Casa do consenso, é a Casa
do dissenso. Aqui não se quer uma representação política monocórdica, falando
só a mesma língua; as posições aqui divergem e têm que divergir! Se não
divergirem, esta Casa deixa de ter a importância, a relevância que tem no
significado de ser a verdadeira demonstração da democracia no Município, porque
aqui todas as vozes expressivas da comunidade têm vez, pela representação partidária
que eventualmente represente. Então, o que eu quero dizer, Sr. Presidente,
Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores, é que eu tenho a expectativa, a real
expectativa, a viva expectativa de que os acontecimentos registrados não nos
levem para um curral, não nos levem para um corredor polonês; que aqui, meu
caro Ver. Janta, não se reproduza o que está ocorrendo em várias Casas
Legislativas do País, em que, açodados pelos acontecimentos, em débito com a
opinião pública que está nas ruas, estão votando de tudo um pouco, sem a menor
reflexão.
Esta Casa é
caracterizada pelas decisões políticas que os momentos impõem. Eu diria, até
para exemplificar, que foi a única Casa Legislativa que, ainda no vigor dos
Atos Institucionais, quando surgiu a Anistia, reintroduziu na vida política do
Município aqueles que eram portadores de mandato e que tinham tido seus
direitos políticos suspensos, como é o caso dos ex-Vereadores Glênio Peres e
Marcos Klassmann. Aqui tem sido o reduto da democracia. E nesta Casa, reduto da
democracia, quero dizer, Ver. Vendruscolo, V. Exa., que está fora da
presidência agora: acho até, minha cara Mônica, que nós vamos ter que fazer uma
nova frente parlamentar: a Frente Parlamentar do Restabelecimento da Dignidade
deste Parlamento, ferida mortalmente, mas que nós temos que ressuscitar. Não
podemos deixar que essa ferida se agigante de tal ordem que a gente venha a
perder o rumo certo e aquele compromisso inadiável que se tem com a comunidade
de Porto Alegre.
Dizem que o povo não
se sente representado na Câmara de Vereadores. Nós não podemos exigir do povo
aquilo que ele não queira fazer. Se o povo não votou, se votou e se arrependeu
do voto, é um problema que temos que discutir com a comunidade para que não se
repita.
Eu tenho absoluta
certeza de que das minhas posições os meus eleitores não sentirão
constrangimento. Tenho absoluta certeza porque sou coerente na minha vida
política.
Então, Sr. Presidente
e Srs. Vereadores, no limite do meu tempo neste pronunciamento, eu quero
reafirmar o meu compromisso com o Estado Democrático de Direito, muito mais em
homenagem à grande maioria dos senhores que estava na oposição durante o regime
de exceção que o País viveu do que propriamente em reconhecimento ao trabalho
que muitos de nós realizamos como integrantes do então Partido oficial,
contribuindo fortemente na preparação do restabelecimento da normalidade
democrática deste País. Democracia se faz com vivência, mas, sobretudo, se faz
com resistência.
Concluo dizendo que,
mais do que nunca, estará presente no nosso raciocínio uma colocação magnífica
que baseou toda a minha vida política: mais do que nunca, nós não podemos
esquecer que o preço da liberdade é a eterna vigilância. Vamos ficar vigilantes
para que esta Casa não se desfaça no tempo, não apague uma tradição e,
sobretudo, não permita que o trabalho de muitos pelo seu engrandecimento possa
ser desfeito, como vem sendo no presente momento por acontecimentos com os
quais nós não podemos concordar. Muito obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
(A Ver.ª Sofia
Cavedon assume a presidência dos trabalhos.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver.
Bernardino Vendruscolo está com a palavra para uma Comunicação de Líder.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Ver.ª Sofia
Cavedon, que preside os trabalhos, Sras. Vereadoras e Srs. Vereadores; na
condição de Vice-Presidente, eu não poderia deixar de também externar aqui a
minha opinião sobre o evento. Eu acho que todos nós temos obrigação de colocar
aqui a opinião porque o que ocorreu nesta Casa nos colocou numa situação, Ver.
Reginaldo Pujol, de assumirmos uma posição. A única coisa que a Bancada do PSD
não vai fazer é ficar o tempo todo remoendo o que aqui ocorreu, isso nós não
vamos fazer. Mas eu quero deixar bem claro a todos os colegas – Vereadores,
Vereadoras –, àqueles que estão nos assistindo que a Bancada do PSD deu
sustentação, apoiou e apoia a posição do Presidente Ver. Dr. Thiago. Nós jamais
apoiaríamos ações iguais àquelas, ações agressivas aqui nesta Casa. Acho que o
que se viu aqui não é democracia. Esta Casa não se presta a atender a um grupo,
esta Casa se presta a atender à sociedade como um todo, de forma democrática
sim, porque quem adentra da forma violenta como aqueles o fizeram não é nada
democrático. Então, quero deixar bem claro aos Vereadores que apoiaram aquele
movimento que nós, da Bancada do PSD, não estamos dando guarida ou apoio a
movimentações, tanto à que ocorreu quanto a outras que, possivelmente, possam
vir a ocorrer, nós não apoiamos.
Quero dizer
que nós notamos uma diferença muito grande, e eu estava junto com o Ver. Dr.
Thiago, Presidente da Casa, quando ele ligou para a Brigada Militar e pediu
apoio. Não há dúvida de que houve uma diferença muito grande se nós compararmos
a ação da Brigada lá no Piratini com esta que houve aqui na Câmara de
Vereadores. Lá no Piratini, eu me lembro muito bem de que toda a frente do
Palácio estava guarnecida pela Brigada Militar quando o Governador solicitou.
Lá a Brigada atendeu, aqui a Brigada não atendeu, precisa ser dito isso. Também
lamento profundamente e sei que, de repente, os Vereadores e as Vereadoras que
estavam apoiando esse movimento também não esperavam que acontecesse o que
aconteceu aqui. Tenho certeza absoluta de que, se esse fato que ocorreu vier a
ocorrer novamente, os senhores que apoiaram vão se organizar de forma
diferente. Eu não quero acreditar que, naquele momento em que eles passaram a
agir da forma como agiram aqui, caminhando nus por dentro desta Casa, os
senhores estavam aqui. Tenho certeza absoluta – eu não perguntei para ninguém –,
mas tenho certeza de que não estavam aqui. Também acredito piamente, Ver.ª
Sofia, que, se houver uma invasão nesta Casa novamente, os senhores que
apoiaram o movimento vão se organizar de forma diferente, fazendo com que
tenha, no mínimo, um representante dos senhores aqui 24 horas para não deixar
acontecer o que aconteceu. Ainda que eu não concordasse com a forma agressiva
com que adentraram aqui e com o que estavam reivindicando para nós,
praticamente tudo fora do nosso alcance, na saída, finalizaram toda aquela
movimentação, a conclusão da movimentação, o acabamento de tudo foi lamentável,
porque se tinha alguém que os apoiava, deixou de apoiar naquele momento quando
tiraram fotografias nus aqui dentro.
Acho que
precisamos, sem brigar, sem fazer grandes acusações ou com mais violência,
vamos dizer assim, fazer esse registro. Não esqueçam que todos temos um
adversário em comum, que é o eleitor, no final de tudo, ele vai nos cobrar,
acima de tudo – uma redundância –, vai nos cobrar trabalho.
(Não
revisado pelo orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Solicito a inversão da ordem dos trabalhos, para que possamos,
imediatamente, entrar na Pauta. Após, retornamos à ordem normal.
Em votação o
requerimento de autoria desta Presidência. (Pausa.) Os Srs. Vereadores que o
aprovam permaneçam como se encontram. (Pausa.) APROVADO por unanimidade.
Passamos à
PAUTA
- DISCUSSÃO PRELIMINAR
(05
oradores/05 minutos/com aparte)
1ª
SESSÃO
PROC.
Nº 1094/13 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 091/13, de autoria do Ver. Marcelo Sgarbossa,
que estabelece a velocidade máxima permitida, nas vias urbanas arteriais, de 50
km/h para veículos leves e de 40 km/h para os veículos pesados.
PROC.
Nº 1172/13 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 101/13, de autoria do Ver. Clàudio Janta, que
cria a Agência Municipal Reguladora dos Serviços de Porto Alegre (ARPA),
autarquia especial com personalidade jurídica própria.
PROC.
Nº 1497/13 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 144/13, de autoria do Ver. Marcelo Sgarbossa,
que obriga o Executivo Municipal a adquirir produtos orgânicos para serem
incluídos no cardápio da merenda escolar da Rede Municipal de Ensino.
PROC.
Nº 1593/13 – PROJETO DE RESOLUÇÃO Nº 014/13, de autoria do Ver. Dr. Thiago, que concede o troféu Câmara
Municipal de Porto Alegre à Associação dos Procuradores do Município de Porto
Alegre – APMPA.
PROC.
Nº 1843/13 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 191/13, de autoria do Ver. João Carlos Nedel,
que denomina Rua Ary Burger o logradouro público cadastrado conhecido como Rua
3212 – Loteamento Toscana –, localizado no Bairro Jardim do Salso.
PROC.
Nº 1860/13 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 196/13, de autoria do Ver. João Carlos Nedel,
que denomina Rua Irmão Norberto Francisco Rauch o logradouro público cadastrado
conhecido como Avenida Dois Mil Setecentos e Dezoito – Loteamento Oscar Rubin
–, localizado no Bairro Jardim Carvalho.
2ª
SESSÃO
PROC.
Nº 1748/13 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 175/13, de autoria do Ver. Elizandro Sabino,
que inclui a efeméride Semana Municipal de Incentivo à Adoção de Crianças e
Adolescentes no Calendário de Datas Comemorativas e de Conscientização do
Município de Porto Alegre – Lei nº 10.904, de 31 de maio de 2010, e alterações
posteriores –, na semana do dia 25 de maio.
PROC.
Nº 1892/13 – PROJETO DE LEI DO EXECUTIVO Nº 019/13, que revoga a Lei nº 10.823, de 21 de
janeiro de 2010, que inclui § 3º no art. 3º da Lei nº 10.260, de 28 de setembro
de 2007, assegurando ao usuário do estacionamento temporário remunerado, em
vias e logradouros públicos de uso comum, o direito de receber, em 2 (duas)
vias, o comprovante da retribuição pecuniária devida.
PROC.
Nº 1963/13 – PROJETO DE LEI COMPLEMENTAR DO EXECUTIVO Nº 006/13, que altera o art. 14 da Lei
Complementar nº 703, de 28 de setembro de 2012 – que estabelece as diretrizes
para a implementação da infraestrutura necessária à realização da Copa do Mundo
de 2014, implantação do Sistema Bus Rapid
Transit (BRT) e do Metrô de Porto Alegre.
PROC.
Nº 0833/13 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 059/13, de autoria do Ver. João Derly e da Verª
Jussara Cony, que altera o parágrafo único do art. 2º da Lei nº 8.465, de 20 de
janeiro de 2000 – que institui o ensino dos Direitos Humanos no currículo
escolar do ensino fundamental e médio das escolas da rede municipal de Porto
Alegre –, incluindo a Lei Federal nº 11.340, de 7 de agosto de 2006 (Lei Maria
da Penha), no rol de normas que guiarão atividades realizadas como temas
transversais.
PROC.
Nº 1472/12 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 112/13, de autoria do Ver. Airto Ferronato, que
institui o programa Licitação Sustentável. Com
Substitutivo nº 01 e Emendas nos 01 a 05 ao Substitutivo nº 01.
PROC.
Nº 0965/13 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 079/13, de autoria do Ver. Nereu D'Avila, que
cria o Programa de Oportunidades de Emprego a Egressos do Sistema Prisional e a
Menores Infratores do Município de Porto Alegre. Com Emenda nº 01.
PROC.
Nº 1709/13 – PROJETO DE LEI DO LEGISLATIVO Nº 172/13, de autoria do Ver. Clàudio Janta, que
inclui a efeméride Dia Municipal dos Pretos Velhos no Calendário de Datas
Comemorativas e de Conscientização do Município de Porto Alegre – Lei nº
10.904, de 31 de maio de 2010, e alterações posteriores –, no dia 13 de maio.
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver. Pedro Ruas está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. PEDRO RUAS: Sra. Presidente,
Ver.ª Sofia Cavedon; Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras; público que nos
assiste. Há vários projetos em Pauta, um havia me chamado a atenção desde o
inicio da análise dos trabalhos hoje, o autor não está neste momento no
plenário, mas é um projeto que considerei muito positivo. Na verdade, eu
estudava algo assemelhado, quando vi que S. Exa., o Ver. Nereu D’Avila,
apresentou este projeto, que é uma forma de buscar oportunidade de emprego para
ex-apenados. Esse é um tema que há muito tempo me preocupa e que teve, numa
extraordinária manifestação da socióloga Lícia Peres, um dos seus marcos
teóricos mais relevantes. Na época, dizia Lícia Peres, que a sociedade, nós,
Ver.ª Fernanda Melchionna, temos a obrigação de criarmos oportunidades de
ressocialização, sob pena de jamais podermos criticar a existência da violência
e da delinquência. Esse tema, enfocado dessa forma pela Lícia Peres, me levou a
inúmeras reflexões. Nós, seres humanos, costumamos agir conforme a educação que
recebemos, em boa parte do nosso comportamento. A nossa formação define muito
os nossos atos, não todos, é verdade, mas boa parte deles. E se nós ensinarmos
aos apenados, através do ex-apenados, que eles não terão oportunidade nenhuma
no futuro, nós nunca teremos uma sociedade com igualdade de oportunidades, que
já não temos, mas, minimamente justa e em condições de convivência fraterna. É
um absurdo que não se tenha esse tipo de oportunidade, e é um debate falso,
Ver. Janta. Debate falso, hipócrita, que diz assim: “Mas há outros
desempregados, por que arrumar emprego para os ex-apenados?” Porque é uma
obrigação da sociedade, sim, é uma obrigação nossa, Estado em sentido lato,
Estado Nação, Estados Membros, Governos Municipais. Nós precisamos criar essas
oportunidades, ao menos para dar esperança àqueles que são apenados e que um
dia esperam não ser. Por isso que esse projeto do Ver. Nereu D'Avila me
sensibilizou. E, desde o início da tarde, eu espero a oportunidade de me
manifestar sobre ele e dizer que apoio esse projeto, Ver.ª Fernanda Melchionna.
Dizer que essa preocupação me detém há bastante tempo, e eu até gostaria de ter
feito projeto assemelhado e não fiz. Mas reconheço Vereadores e Vereadoras
presentes, Ver.ª Mônica Leal, Ver. Clàudio Janta, Ver. Bernardino Vendruscolo,
que este projeto corresponde, sim, a uma necessidade e a uma obrigação da nossa
sociedade . Eu sei que há uma restrição – esse é um tema que nós temos que
debater profundamente em algum momento –, Ver.ª Fernanda Melchionna, da
Procuradoria da Casa. Nós temos que debater com seriedade, com profundidade, o
aumento das prerrogativas dos Vereadores e Vereadoras, dos membros do
Legislativo Municipal. Nós não podemos, a todo momento, a todo tempo, sermos
impedidos em função de um detalhe ou outro que nós ainda não nos debruçamos
para modificar. Um projeto como este, por exemplo, precisa ter, sim, a sua
origem reconhecida como válida, e outros tantos que nós estamos acostumados a
ver, que perdemos a oportunidade de examinar, exatamente porque não temos a
iniciativa de modificar alguns aspectos da Lei Orgânica e do Regimento Interno.
Eu gostaria de dizer
ao Ver. Bernardino que não concordo com a forma como V. Exa. vê essa questão da
ocupação. Respeito o seu ponto de vista; não concordo, porque colocou para
vários Vereadores um tipo de visão que os Vereadores não têm, é uma visão que
V. Exa. imagina que eles tenham, mas que eles não têm. Pelo menos que eu saiba,
nenhum me disse isso. Então nós temos uma divergência aqui pontual, sincera,
honesta e de frente. Nós temos a divergência.
Concluo aqui,
agradeço à Presidente, e espero que este projeto seja votado e aprovado pela
Casa.
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): O Ver.
Bernardino Vendruscolo está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: Aqui, em
Pauta, Presidente Sofia, todos sabem que temos que nos ater ao tema específico,
mas para não deixar muito vaga a sua colocação, eu gostaria de comunicar a
todos os que estão nos assistindo que, durante todo o evento aqui, se falou
muito que nós teríamos nos reunido numa churrascaria de rico para tratarmos de
assuntos aqui da Casa, e a Ver.ª Mônica lembra disso. Aquela churrascaria de
rico, coincidentemente, é uma churrascaria que, por várias oportunidades,
jantamos, eu e o Ver. Pedro Ruas. Outra coincidência: no sábado à noite,
naquela semana, eu tive o prazer de jantar na mesma churrascaria com quem
preside agora, a Ver.ª Sofia Cavedon. Então a gente tem divergências aqui, mas
acabamos nos entendendo sem brigar, evidentemente.
O Sr. Pedro Ruas: V. Exa. permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Só para dizer que confirmo que já jantei
nessa churrascaria com o Ver. Bernardino Vendruscolo, mas jamais para decidir
os rumos da Casa e elaborar projetos de lei.
O SR. BERNARDINO VENDRUSCOLO: E nós
acabamos fazendo, porque a Casa estava invadida, só por isso. Mas tudo bem.
Vamos em frente. Vamos tratar do projeto que está em Pauta e volto à esta
tribuna para tratar do assunto, como eu falei cedo, em Comunicações, que é uma
Lei de autoria do Ver. João Antonio Dib, que, com certeza, está nos assistindo.
O Executivo encaminha para esta Casa a revogação da Lei nº 10.823, de 21 de
janeiro de 2010. Do que trata a lei, de autoria do Ver. João Antonio Dib? Trata
de estabelecer a obrigatoriedade do fornecimento de dois tíquetes quando se
estacionam automóveis nas áreas chamadas área azul, os tais parquímetros.
Lembro que o Ver. João Antônio Dib defendeu essa proposta, e nós votamos com
este Projeto na época, porque há muita lógica nisso. Alguém vai lá, estaciona o
automóvel na via pública e recebe um tíquete que vale por uma hora, no máximo
duas horas, enfim. Só que ele fica sem controle, e nós até hoje estamos
insistindo para que seja posta em prática essa lei, e nós agora entendemos por
quê. O Executivo manda revogar esta lei.
Por que eu acho que
ela tem mérito? Porque ela dá condições de quem estacionou o automóvel de ficar
controlando o horário, pois tem um comprovante. No caso até de roubo de carro,
eu questiono, ainda que esse estacionamento venha ocorrer em área pública, mas
houve um pagamento para o automóvel ficar ali. Eu questiono inclusive a
possibilidade de responsabilização do Poder Público, porque, se é cobrado um
valor para estacionar, obviamente tem que dar condições de segurança, eu até
penso nisso. Mas a lei não trata disso, trata de o dono do automóvel ter um
controle do horário e até mesmo de em que rua, em que logradouro ficou
estacionado o seu automóvel. Agora a Prefeitura manda para esta Casa um Projeto
revogando esta lei ou pretendendo revogar onde o Prefeito em exercício, Ver.
Sebastião Melo, assinou a Exposição de Motivos e o Projeto em si, onde ele faz
algumas referências, e eu vou resumir aqui: “Mencionado o procedimento, entretanto,
por força da tecnologia utilizada nos parquímetros instalados pelas ruas da
Capital, bem como do modelo de bobina térmica adotada para a emissão dos
tíquetes nos equipamentos, torna-se impraticável”. Lá pelas tantas, ele
insiste: “(...) a operacionalidade não é recomendada, pois diminuiria o tempo
de utilização da bobina em aproximadamente 50% (cinquenta por cento)”. Olha, o
Vice-Prefeito, Sebastião Melo, e o Executivo estão preocupados com as bobinas.
Sinceramente, nós temos que nos preocupar em dar conforto, melhor qualidade,
melhor serviço para a população. São muito comuns, no nosso dia a dia, aqueles
momentos de fraqueza, sim. E eu não quero dizer que o Vice-Prefeito tenha tido
esse momento de fraqueza quando assinou esse Requerimento, porque as
justificativas aqui não têm... Eu conheci e conheço o Vice-Prefeito, que, desta
tribuna, fez belos discursos, durante toda a sua vida, defendendo melhor
serviço à população. Agora, lá no Executivo, com todo o cuidado que se espera
que ele tenha, é de seguir na mesma linha, a de defender um melhor serviço
público. Aí vai estar preocupado, agora, em gastar a bobina? Não pode, o custo
da bobina, aquele papel! Ora, por favor, senhoras e senhores, eu vou trabalhar
para que não se aceite essa revogação e para que se ponha em prática,
imediatamente, a lei, porque é necessário. Nós precisamos defender um melhor
serviço público, não dificultar o serviço público, e a justificativa de
economia da bobina, por favor, Prefeito! Talvez um outro discurso, uma outra justificativa
pudesse nos convencer; agora, não essa. Obrigado.
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): A Ver.ª Mônica
Leal está com a palavra para discutir a Pauta. (Pausa.) O Ver. Reginaldo Pujol
está com a palavra para discutir a Pauta.
O SR. REGINALDO PUJOL: Sra. Presidente, Srs.
Vereadores e Sras. Vereadoras, a Pauta hoje é bem extensa. Aliás, esta Pauta
deveria ter sido cumprida na última Sessão Ordinária do semestre legislativo
que se encerrou no dia 15 do corrente. Nela são inseridos vários assuntos,
alguns dos quais eu posso me reservar para falar na próxima Sessão, na medida
em que, como é o caso do Projeto de Lei Legislativo nº 101/13, de autoria do
Ver. Clàudio Janta, que cria a Agência Municipal Reguladora dos Serviços em Porto
Alegre – Arpa, autarquia especial com personalidade jurídica própria. Eu posso
a ele me referir na próxima Sessão, quando será, mais uma vez, estabelecida a
discussão preliminar da Pauta e este Projeto cumprirá a sua segunda Sessão.
Hoje eu quero me fixar não só no Projeto referido pelo Ver. Vendruscolo a
respeito da revogação da Lei nº 10.823, como também me referirei, mesmo que
sumariamente, ao PLCE que altera a Lei Complementar nº 703, de 28 de setembro
de 2012, que estabelece as diretrizes para a implementação da infraestrutura
necessária à realização da Copa do Mundo de 2014, implantação do sistema
BRT-Bus Rapid Transit e do metrô de Porto Alegre.
E, finalmente, na
Pauta no dia de hoje, o PLL nº 112/13, de autoria do Ver. Ferronato, que
institui o Programa Licitação Sustentável, que é um processo iniciado em 2012
que agora está produzindo seus efeitos. E, ainda, tudo isso no segundo dia de
Pauta, além de outros projetos, um de autoria do Ver. Nereu D’Avila, que cria o
Programa de Oportunidades de Emprego a Egressos do Sistema Prisional e a
Menores Infratores do Município de Porto Alegre. Começo por me situar nesse
Projeto, já objeto de comentário e de apoio da Liderança do PSOL na Casa. Nesse
particular, Ver. Janta, há identidade de posição. Eu vi o nascedouro desse
anteprojeto, realizado com um trabalho muito bem coordenado pela Secretária
Adjunta da Secretaria de Direitos Humanos que cuida desses segmento dos
egressos do sistema penitenciário, um Grupo de Trabalho bem orientado, com
participação de representantes de várias entidades, que gestou esse Projeto de
Lei que agora estamos examinando. Certamente, e tendo mesmo já recebido sinal
verde por parte da Procuradoria da Casa, ele será imediatamente objeto de
análise da CCJ e, consequentemente, haverá a sua aprovação. Não é a mesma
situação no que diz respeito ao Projeto do Ver. Ferronato, que, iniciado em
2012, tem hoje um Substitutivo que leva em conta, Ver. Janta, comentários e
colocações feitas pela Procuradoria do Legislativo, alertando sobre algumas
situações irregulares que o Ver. Airto Ferronato, através do Substitutivo,
procura corrigir. Tudo isso nos dá a ideia de que este período legislativo que
nós estamos iniciando no dia de hoje terá vários temas relevantes sobre os
quais nós temos que nos ocupar. E, aí, surge uma oportunidade muito especial de
que nós ofereçamos, para a opinião pública, uma prova inquestionável da
responsabilidade do trabalho que se realiza nesta Casa. Todos esses projetos
poderão ensejar alguma discussão, mas nenhum deles deixa de ter uma importância
muito significativa. São assuntos sérios, alguns dos quais abordados de forma
não mais correta, na medida em que esbarram no dispositivo regimental e
orgânico que veda ao Vereador a iniciativa de determinadas matérias. Esse é um
problema que nós enfrentamos, Sra. Presidente, e que, evidentemente, não
deixará de ser devidamente examinado no momento e na Comissão competente.
Agradeço a V. Exa. e concluo reafirmando essa disposição. E, simplesmente, numa
frase só, Ver. Vendruscolo, que V. Exa. conte com a minha compreensão. Acho que
a pura e simples revogação dessa Lei não é o caminho mais correto. Vou estar
solidário com V. Exa. nessa luta.
(Não revisado pelo
orador.)
A SRA. PRESIDENTE (Sofia Cavedon): Obrigada,
Ver. Reginaldo Pujol. O Ver. Clàudio Janta está com a
palavra para discutir a Pauta.
O SR. CLÀUDIO JANTA: Sra. Presidente,
Srs. Vereadores e Sras. Vereadoras que permanecem nesta Casa, quando a Casa foi
invadida, os Vereadores queriam trabalhar; agora, os Vereadores podem trabalhar
e não estão aqui. É meio estranho isso. Nós temos tanta coisa para discutir na
Casa do Povo, e o pessoal, pelo jeito, não quer discutir. Mas nós estamos aqui
para falar sobre o Projeto que apresentamos e que cria a Agência Reguladora de
Serviços Prestados no Município de Porto Alegre, pois nós entendemos que é
necessário.
O Sr. Reginaldo Pujol: V. Exa. permite um
aparte? (Assentimento do orador.) Rapidamente, Vereador, para dizer o que já
proclamei desta tribuna. Na nossa próxima Sessão Ordinária em que houver Pauta,
vou participar da discussão em torno dessa bela proposição de sua autoria.
O SR. CLÀUDIO JANTA: Muito obrigado, Ver.
Pujol. É necessário isso para os serviços que a nossa Prefeitura presta e que
terceiriza, muitas vezes. A gente entende que é a Prefeitura que deveria
prestar esses serviços com os seus funcionários, pois é sua obrigação, mas
optou por terceirizar. Então, que tenha uma agência que fiscalize esses
serviços, como a gente tem em nível Estadual e Federal. Como o Ver. Pujol
disse, nós temos vários projetos importantes no dia de hoje, pena que temos
pouco tempo. Como hoje é a primeira Sessão em que este Projeto entra em
discussão de Pauta, na próxima Sessão vamos aprofundar melhor.
Queria falar também
do Projeto do Ver. Nereu D’Avila, que é de extrema importância, pois visa a
integrar as pessoas que saem do regime prisional e, muitas vezes, vão lá para
dentro obrigadas. Não estamos falando em recuperar grandes bandidos, pessoas
que recebem penas de 300, 400 anos; estamos falando em recuperar os
trabalhadores, pessoas que a necessidade da vida os levaram a cometer uma
infração. Temos certeza de que essas pessoas, depois de cumprirem suas penas,
muitas vezes recebendo a liberdade condicional, se tiverem a oportunidade de voltar
a trabalhar, vão ser reintegradas à sociedade. Então, esse Projeto do Ver.
Nereu D’Avila é de extrema importância para esta Casa discutir.
Também quero falar de
dois projetos do Executivo, sobre os quais o Ver. Bernardino já falou por duas
vezes aqui e que nos indigna, pois além de já ter a Lei do Ver. João Antonio
Dib, o Delegado Cleiton protocolou um outro projeto que aperfeiçoa até a
questão de entregar a 2ª via do estacionamento, não só do parquímetro, mas do
estacionamento privado. A Prefeitura usa um argumento absurdo, um argumento
sórdido, beneficiando Deus sabe quem e a interesse de quem, para as pessoas que
exploram as nossas ruas que deveriam ser públicas; exploram as ruas da cidade
de Porto Alegre, não dão essa segunda via que dará uma segurança às pessoas. Já
que exploram, que cobram por um serviço, têm que dar a segunda via, como têm
que dar um seguro, têm que dar a garantia para a pessoa de que seu carro foi
estacionado ali. É como um estacionamento qualquer.
Outra coisa é o
Projeto do Executivo que trata do BRT. Vimos a Prefeitura dizer que não vai ser
concluído esse BRT. Já pedimos esclarecimentos de como vai funcionar esse BRT.
Não adianta penalizar a população de Porto Alegre com os BRTs, porque os
terminais onde irão funcionar esses BRTs...Nós queremos saber se os ônibus da
Região Metropolitana integrarão o sistema de BRTs. Também se os ônibus da
Região Metropolitana de Canoas, Cachoeirinha, Gravataí, Alvorada, Viamão,
Guaíba integrarão esse sistema de transporte, ou só a população de Porto Alegre
terá que fazer as baldeações, só a população de Porto Alegre terá que usar os
terminais. Além disso, a Prefeitura, nesse Projeto, está retirando uma palavra
importante. Nesse Projeto dos BRTs, a Prefeitura altera o prazo de concessão
dos BRTs, que era de dez anos para compra. A Prefeitura tira a palavra compra,
deixando a concessão somente a partir do momento em que usam os ônibus. Então a
empresa compra o ônibus ou o metrô e fica esperando seu despacho – isso pode
levar dois, três, quatro anos. Aí, começa a valer a partir do momento em que
começa a usar o veículo, tanto o ônibus quanto o trem. Então eu acho que nós
temos que discutir bem e, antes de discutir esse artigo do Projeto, que é a
concessão, que é o período de validade do veículo, nós temos que discutir o
todo do BRT: como vai funcionar, como serão as rotas do BRT e principalmente se
será integrado ao transporte metropolitano de Porto Alegre. Quem é o
responsável pelo engarrafamento da Assis Brasil, pelo engarrafamento da Av.
Farrapos, pelo engarrafamento da Av. Bento Gonçalves, com certeza, não são os
ônibus que alimentam as nossas vilas de Porto Alegre, que “alimentam” os
trabalhadores de Porto Alegre.
(Não revisado pelo
orador.)
(O Ver. Reginaldo
Pujol assume a presidência dos trabalhos.)
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): A Ver.ª Sofia
Cavedon está com a palavra para discutir a Pauta.
A SRA. SOFIA CAVEDON: Obrigada, Ver.
Reginaldo. Fiz questão de fazer essa discussão, apesar do tempo já largo da
nossa Sessão, porque nós, de fato, temos que aproveitar todo o espaço para
discutir os Projetos que aqui entram, porque às vezes a mídia trata de uma
forma bastante superficial e leviana. Hoje, vi a matéria feita no jornal local
sobre os Vereadores, e acho que são questões que temos que responder à
sociedade, sim, mas não vi nenhuma referência a bons projetos, a grandes
debates que fizemos no primeiro semestre. Ou seja, o conteúdo – que é o que
importa para a sociedade – muitas vezes não fica tratado, discutido, nem
informado ao conjunto dos cidadãos. E parece que esse é o centro da discussão.
E eu gostei da forma como foi aceita pela Mesa, pelo Presidente, nós votarmos,
Ver. Janta, Ver.ª Fernanda, todos os Projetos relativos ao transporte público
juntos. Acho que é muito importante, porque aí fechamos não uma colcha de
retalhos, mas uma compreensão coletiva no que podemos avançar em termos de
transparência, em termos de controle social e sobre transporte público,
respondendo às demandas da sociedade. E aqui, hoje, inicia uma tramitação. O Ver.
Janta se referiu a ela, é uma mudança um pouco diferente, aqui, Ver. Janta,
quando a gente olha pela primeira vez. É relativo aos Índices construtivos que
foram concedidos no entorno dos BRTs, mas ficou confuso em relação a se vale o
momento da compra ou se vale o momento da utilização. Mas eu não entrarei nesse
aspecto. Na verdade, o Prefeito Fortunati, nos jornais de hoje, se manifesta em
relação à oposição, e eu quero exemplificar com esse debate dos BRTs, porque
aqui o Ver. Janta inclusive faz uma fala crítica. Todas as intervenções da
oposição, nesse semestre e inclusive no período de ocupação da Câmara, sempre
foram intervenções de muito cuidado no estabelecimento do diálogo com a
cidadania em trazer opiniões consistentes e consequentes sobre as iniciativas
do Executivo, iniciativas dos Vereadores da Base do Governo, inclusive dos
Vereadores de oposição, e não são – jamais – ataques pessoais, frontais, nem ao
PDT menos ainda ao PDT, e nem ao Prefeito Fortunati. Eu quero frisar aqui. Nós
tivemos que agir bastante porque há temas que, infelizmente, a Cidade, neste
semestre, viveu e que foram bastante agudos. E não muito denunciados por nós,
inicialmente. Está aí a PROCEMPA, estão aí os problemas na Saúde, as dúvidas
sobre as obras da Copa. O tema dos BRTs está colocado hoje aqui, nós temos duas
obras paradas por absoluta falta de planejamento e competência técnica no
desencadeamento delas, a do Viaduto da Rua Ceará e a da Rua Anita Garibaldi. É
surpreendente e assustador que uma Prefeitura tenha contratado um projeto e que
tenha enfrentado uma população do entorno na Rua Anita Garibaldi, que dizia que
não era adequado, que era caro, que havia alternativas, não queria que
cortassem árvores, e a Prefeitura estava impermeável ao diálogo. E hoje a obra
para porque o empreendedor descobre – como descobre? – que há rochas, quando um
Professor da UFRGS, nesta semana, afirmava que isso já está identificado há
muito tempo. Porto Alegre está na memória do planejamento das cidades e da
SMOV. É óbvio que são projetos que foram doados pela iniciativa privada.
Portanto, Prefeito Fortunati, como a oposição não vai atuar? Vai abrir mão? E a
situação está fazendo isso e alguns Vereadores, no sentido de ajudar que o
interesse público seja preservado, que o recurso público seja preservado e que
o diálogo aconteça.
Da mesma maneira
ocorre com a Av. Edvaldo Pereira Paiva, nós tivemos acampamento aqui do lado da
Câmara, por quê? Porque os moradores do entorno e a juventude não aceitavam o
corte de árvores, a obra está praticamente parada, a obra tem sobrepreço, sim,
identificado pelo Tribunal de Contas, de R$ 2,8 milhões. Como a oposição não
vai atuar, como não vai agir? E neste caso, aqui respondendo a alguns
questionamentos, Ver. Bernardino, a Brigada Militar atendeu à requisição da
Prefeitura de Porto Alegre, de uma forma equivocada, na minha opinião,
questionada por mim, e acho que depois mudou, alterou e foi aprendendo. Também
no Estado de São Paulo, estão pedindo que o Governador se retire; o Governador
está pedindo desculpas públicas porque não consegue agir com democracia.
O Sr. Bernardino Vendruscolo: V. Exa.
permite um aparte? (Assentimento da oradora.) A senhora está falando de qual o
Projeto em Pauta?
A SRA. SOFIA CAVEDON: BRT. O Projeto do
BRT, Ver. Bernardino, tem um ajuste no caminho. Eu exemplifico com ele os
demais projetos que estamos acompanhando. O BRT é um dos Projetos, dos dez da
Copa. Estou falando de outros dois que estão parados por falta de planejamento
e exigindo, sim, a atuação da oposição.
Então eu quero, ao
discutir a Pauta, discutir o Projeto, a forma como ele é pensado, como ele é
encaminhado, realizado; e essa é a função deste Legislativo Municipal.
(Não revisado pela
oradora.)
O SR. PRESIDENTE (Reginaldo Pujol): Não havendo
mais oradores inscritos no período de Pauta, dou por encerrada a discussão de
Pauta. Nós deveríamos cumprir agora o período de Grande Expediente, mas, como
concordaram que fosse feita a inversão, e como não há condições dele ser
concluído agora, asseguramos aos inscritos no Grande Expediente, o Ver. Clàudio
Janta e o Ver. Delegado Cleiton, que, na próxima Sessão Ordinária da Casa, eles
terão respeitadas as suas inscrições. Assim sendo, dou por encerrados os
trabalhos da presente Sessão.
(Encerra-se a Sessão
às 18h24min.)
* * * * *